Nesta segunda-feira, 6, a Igreja faz memória dos 40 anos da morte do Beato Paulo VI. Beatificado em 20 de outubro de 2014, Paulo VI será canonizado neste ano, segundo anúncio realizado em fevereiro pelo Papa Francisco. O milagre atribuído à sua beatificação está relacionado à cura de um bebê, ocorrida em 2001 nos Estados Unidos, após os médicos aconselharem o aborto à mãe do bebê. A descriminalização do aborto é tema hoje de Audiência Pública no Brasil, no Supremo Tribunal Federal.
Durante a gravidez, a americana descobriu um grave problema cerebral e, após rejeitar a prática do aborto, optou por continuar a gravidez e pediu a intercessão de Paulo VI. Segundo o postulador da Causa de Beatificação, Padre Antonio Marrazzo, a criança nasceu sem problemas e os médicos consideraram seu nascimento um feito verdadeiramente extraordinário e sobrenatural.
Durante o anúncio da canonização do beato, Francisco afirmou que Giovanni Battista Montini, nome de batismo de Paulo VI, foi corajoso em seu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à Igreja — instituição à qual serviu como 265º sucessor de Pedro, de 21 de junho de 1963 a 6 de agosto de 1978, data de seu falecimento.
Montini cresceu em uma família católica e envolvida com o seu tempo. O clima de diálogo com o mundo, sua integração com os problemas e desafios da sua época e o seu interesse pelas populações do hemisfério sul eram peculiaridades que já antecediam seu pontificado. Paulo VI é autor da encíclica Populorum Progressio, sua primeira encíclica social, que completou 50 anos de sua publicação em março de 2017. Neste documento, Paulo VI falou sobre os direitos e o respeito aos povos sofridos de países considerados de “terceiro mundo”, e instituiu o Sínodo dos Bispos e o Dia Mundial da Paz.
As viagens apostólicas do antigo Papa também foram uma nota marcante de seu pontificado, pois através delas pôde estar mais próximo das pessoas, conhecendo de perto e in loco suas vidas, problemas e dificuldades. Ele mesmo se refere a elas, dizendo que teve oportunidade de encontrar, admirar e encorajar verdadeiros apóstolos do evangelho, conscientes de sua missão na sociedade, como afirmou em seu segundo documento social, a Carta Apostólica Octogesima Adveniens.
A exortação apostólica Marialis cultus, do Papa Paulo VI, já recordada pelo Papa Francisco durante a reflexão do Ângelus em 2015, é considerada um retrato da profunda devoção mariana do beato. “A este Pontífice, o povo cristão será sempre grato pela Exortação apostólica Marialis cultus e por ter proclamado Maria ‘Mãe da Igreja’, por ocasião do fechamento da terceira sessão do Concílio Vaticano II”.
Francisco também destacou o empenho de seu predecessor na missão ad gentes, o que ficou testemunhado, sobretudo, na Exortação apostólica Evangelii nuntiandi, de sua autoria. Embora datado de 1975, Francisco disse que o documento continua atual.
Paulo VI participou dos trabalhos preparatórios do Concílio Vaticano II e, depois de eleito Papa, concluiu os trabalhos do Concílio. O futuro santo escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968), sobre a regulação da natalidade.
Em 2015, algumas relíquias do Beato Paulo VI foram doadas ao Santuário de Lourdes, na França, por ocasião do 37° aniversário de morte e primeiro de Beatificação. Trata-se de um fragmento do hábito talar do Papa Montini, natural da região da Lombardia, norte da Itália, contido em um relicário feito pelo Instituto artístico Beato Angélico, de Milão.
Fonte: Canção Nova.