Cerca de 90 representantes de igrejas cristãs e da sociedade civil participam do Encontro Latino-americano sobre “Igreja e Mineração: uma opção em defesa de comunidades e territórios”, no Centro Cultural de Brasília (CCB). O evento teve início na terça-feira, 2, e termina nesta sexta-feira, 5. Nesta quarta-feira, 3, o grupo refletiu sobre a realidade da mineração e a vida das comunidades na América Latina.
A proposta principal do encontro é debater os impactos territoriais e ambientais provocados pela mineração. Os participantes têm a oportunidade de apresentar as dificuldades que enfrentam no dia a dia, resultados dos conflitos provocados pelas empresas de mineração em todo continente latino-americano.
A iniciativa conta com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e do Conselho Latino-americano das Igrejas (CLAI), entre outras instituições. A partir das discussões, será elaborado um planejamento para enfrentamento conjunto dos desafios frente aos prejuízos causados por atividades minerárias.
Impactos sobre a vida
As entidades presentes no Encontro alertam que a atuação de empresas transnacionais de mineração na América Latina vem causando impactos e danos socioambientais. Consideram ainda que essa prática resulta em inúmeros casos de violações dos direitos humanos, além de gerar impactos irreversíveis nos ecossistemas, comunidades e entornos sociais nos quais ela se desenvolve.
De acordo com dados da organização do evento, os grupos mais impactados pela exploração territorial são as comunidades pobres, os pequenos agricultores, as populações tradicionais, indígenas e quilombolas. Muitos deles acabam não tendo a chance de reivindicar seus direitos, sofrendo repressão e violência.
A Igreja Católica busca contribuir com a luta pela defesa de comunidades e territórios com a atuação de leigos, religiosos e movimentos sociais que atuam nas regiões exploradas. Segundo a organização, a partir do encontro serão traçadas “alternativas frente a este modelo de desenvolvimento, para fortalecer a articulação entre as comunidades eclesiais ativas nestes temas, além de incentivar espaços para um diálogo cada vez maior entre as bases das igrejas e as suas hierarquias sobre estes temas”.
Fonte: CN Notícias