O Papa presidiu na manhã desta quarta-feira (29/06), à Missa da Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo – padroeiros de Roma.
Como é tradição nesta celebração, o Pontífice abençoou os pálios dos novos arcebispos metropolitanos – dentre eles, quatro brasileiros – que serão impostos pelos Núncios Apostólicos nas respectivas arquidioceses.
Em sua homilia, o Papa recordou episódios decisivos e fundamentais da vida dos Apóstolos e da comunidade cristã para superar seus próprios egoísmos, medos e fechamentos.
“A principal via de saída dos fechamentos é a oração… A oração, como humilde entrega a Deus e à sua santa vontade, é sempre a via de saída dos nossos fechamentos pessoais e comunitários”, afirmou o Pontífice.
Abertura
O próprio Paulo, ao escrever a Timóteo – prosseguiu o Papa – fala da sua experiência de libertação, de saída do perigo de ser ele também condenado à morte.
“Entretanto, Paulo fala de uma ‘abertura’ muito maior, para um horizonte infinitamente mais amplo: o da vida eterna, que o espera depois de ter concluído a ‘corrida’ terrena”, discerniu Francisco.
Já a confissão de fé de Pedro e a consequente missão a ele confiada por Jesus – disse Francisco – mostra-nos que a vida do pescador galileu Simão – assim como a vida de cada um de nós – se abre, desabrocha plenamente quando acolhe, de Deus Pai, a graça da fé.
Orgulho
“E Simão põe-se a caminhar – um caminho longo e duro – que o levará a sair de si mesmo, das suas seguranças humanas, sobretudo do seu orgulho misturado com uma certa coragem e altruísmo generoso”, recordou o Papa.
A oração de Jesus foi decisiva neste percurso de libertação de Pedro: “Eu roguei por ti [Simão], para que a tua fé não desapareça”. E, igualmente decisivo – sublinhou Francisco – é o olhar cheio de compaixão do Senhor depois que Pedro O negou três vezes: um olhar que toca o coração e liberta as lágrimas do arrependimento.
“Então Simão Pedro foi liberto da prisão do próprio eu orgulhoso e medroso, e superou a tentação de se fechar à chamada de Jesus para O seguir no caminho da cruz”, recordou o Papa.
Medos
Neste ponto, ao recordar o episódio de Pedro liberto que bate à porta mas ficam com medo de abrir porque ele é procurado, o Papa disse que o medo sempre nos paralisa, nos fecha às surpresas de Deus.
“Este detalhe fala-nos de uma tentação que sempre existe na Igreja: a tentação de fechar-se em si mesma, à vista dos perigos”, advertiu o Papa.
Porém, atrás daquela porta estavam muitas pessoas que rezavam, narra o Evangelho. E esta é uma brecha por onde Deus pode agir, concluiu o Pontífice.
“A oração permite que a graça abra uma via de saída: do fechamento à abertura, do medo à coragem, da tristeza à alegria. E podemos acrescentar: da divisão à unidade”.
Fonte: Rádio Vaticano