No último final de semana foi publicada a mensagem do Papa Francisco por ocasião do Dia Mundial das Missões, que será celebrado no terceiro domingo de outubro. O título é muito sugestivo: “Igreja missionária, testemunha de misericórdia”.
O Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que estamos vivendo, proporciona uma luz particular também ao Dia Mundial das Missões de 2016: “convida-nos – escreveu Francisco -, a olhar a missão ‘ad gentes’ como uma grande, imensa obra de misericórdia quer espiritual quer material”. Por isso, todos somos convidados a “sair” e como discípulos missionários, colocar nossos talentos, criatividade, sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus a toda família humana.
A Igreja cuida de todos aqueles que não conhecem a Evangelho porque deseja que todos sejam salvos e possam fazer a experiência do amor de Deus. O Papa na mensagem retorna à imagem de uma igreja em “saída”, através de seus missionários e explica mais uma vez o que seja a Misericórdia de Deus: “A misericórdia gera íntima alegria no coração do Pai, sempre que encontra cada criatura humana; a capacidade de empatia com os pequenos, os descartados, os oprimidos”.
Francisco reflete sobre a importância de apresentar a mensagem cristã a quem não a conhece, “num diálogo respeitoso por cada cultura e convicção religiosa”. “Cada povo e cultura tem direito de receber a mensagem de salvação, que é dom de Deus para todos”, escreve.
O Papa considera que essa presença dos missionários é ainda mais necessária em contextos de “injustiças, guerras e crises humanitárias”. “Os missionários sabem, por experiência, que o Evangelho do perdão e da misericórdia pode levar alegria e reconciliação, justiça e paz”.
A mensagem liga o Dia Mundial das Missões de 2016 – é o 90º Dia Mundial das Missões -, à celebração do Jubileu da Misericórdia, que se encerrará em novembro próximo, convidando os missionários e católicos a “levarem a mensagem da ternura e compaixão de Deus a toda a família humana”. Uma mensagem que pode mudar e dar sentido à vida do homem.
Missionário é alguém que “dá, queima” a vida por Jesus. Palavras de Francisco alguns dias atrás durante a sua já tradicional homilia da manhã na Santa Missa na capela da Casa Santa Marta.
Respondendo com docilidade ao chamado, à voz do Espírito Santo, que chama a “queimar” a vida pelo anúncio do Evangelho também nos lugares mais remotos do planeta, o missionário deixa a sua casa e muitas vezes o seu país para levar o Evangelho, a irmãos desconhecidos e carentes do amor de Deus. Essa é a característica de cada homem e mulher que escolhe servir Jesus partindo em missão.
O missionário deixa tudo e parte sem saber o que o espera, nutrido pelo amor a Cristo e impulsionado pelo Espírito Santo. Sabe que não terá vida fácil, mas não importa, a sua missão é maior e mais importante. O Papa Francisco afirmou que os missionários são “os heróis da evangelização dos nossos tempos”.
A Europa deu muitos de seus filhos, que partiram e nunca mais retornaram. Hoje são muitos do Brasil e dos países do extremo oriente que deixam suas terras para levar a mensagem de “Amor” para outras terras, até mesmo às terras do velho continente, que hoje, necessita de mensageiros da Palavra.
Francisco sublinhou que é justo agradecer o Senhor por esses homens e mulheres. É justo nos alegrarmos de termos esses missionários que são verdadeiras testemunhas. Deixaram tudo sem saber o que encontrariam no caminho e no destino último, mas, como afirmam sempre, “valeu a pena”. Muitos se transformaram ao longo deste percurso, não são mais como quando iniciaram o caminho, mas se deixaram transformar, plasmar pela nova realidade, inculturando-se, ganhando nova dimensão, nova vida, nova linfa.
Muitos nesta aventura de amor ofereceram suas vidas pelo Evangelho e são hoje nossos modelos. Responderam “sim”, até o fim, ao chamado irresistível da pegar a sua vida e doá-la a Cristo, e mais ainda “consumi-la” por Ele. (Silvonei José)
Fonte: Rádio Vaticano