O louvor deixou de fazer parte da vivência de muitos cristãos
Olhando para o Cristianismo, para o início da Igreja, o que percebemos é a alegria dos cristãos, o amor que fluía entre eles a ponto de encantar até mesmo os pagãos e incomodar os judeus. Era uma Igreja movida pelo louvor, pela gratidão, pela exultação do nome d’Aquele que não estava morto, o Ressuscitado dos mortos: Jesus!
Muitos se aproximaram do Cristianismo por causa desse amor e dessa alegria transbordante, que era uma marca dos cristãos; e claro, precisa continuar sendo. Temos um Deus vivo, que caminha conosco e que prometeu “permanecer conosco, todos os dias, até o fim dos tempos”. Aleluia!
O que temos visto, hoje, contradiz ao que se testemunhou no início do Cristianismo e que nos acompanha até agora. Muitos cristãos têm sido contratestemunho para os próprios cristãos, e até mesmo para aqueles que não o são. Vemos, nos tempos atuais, muita divisão, muito desamor, muita provocação e muito cristão triste, mal-humorado, rancoroso, com uma aparência sisuda. Muitos deles parecem infelizes no que experimentam em Jesus.
O louvor deixou de fazer parte da vivência de muitos cristãos. A exultação, a vibração e a alegria deixaram de fazer parte do dia a dia, deixaram de olhar para o Senhor, que nos deu a vida, e para a vitória, para se apegarem aos problemas. Deixaram de se alimentar da certeza da presença do Ressuscitado; muitos têm feito um caminho individualista e de solidão, mergulhados em si mesmos.
O Senhor está próximo
Uma vez, ouvi uma história de uma criança que comentou com a mãe que nunca queria comungar, pois, todas as vezes em que ela o fazia, voltava para o banco da igreja e ficava com uma cara fechada, feia. Podemos afirmar que – para quem realmente está em Cristo, para quem entregou realmente sua vida nas mãos do Senhor e confia n’Ele plenamente –, não há motivos para reclamação nem murmuração.
Quem entregou sua vida para Cristo caminha com os olhos da fé e vê além da enfermidade, além da perda de um ente querido e da dificuldade financeira, vê além dos problemas familiares e tem uma certeza que gera alegria e gratidão no coração: “O Senhor está próximo”.
Ao passo que todo aquele que deposita a sua confiança em si mesmo, nas pessoas e, simplesmente, nas soluções humanas e materiais, vai ser sempre um “reclamão”, um chorão, um murmurador; e quando a dor chegar, será capaz de deixar o Senhor e seguir o fácil, as soluções imediatistas.
A cruz é só uma passagem que nos garante a vitória sobre a morte, pois, depois dela, é a ressurreição. Por isso, meu amado, minha amada, “alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos” (Fl 4,4).
Leia a carta da alegria de Paulo, a Carta aos Filipenses, e veja como é bom e seguro abandonar-se inteiramente nas mãos do Senhor!
Deus abençoe!
Seu irmão,
Padre Roger Luis
Fonte: Canção Nova