Saiba quais são os procedimentos para uma canonização.
A Igreja, ao longo dos séculos, sempre constatou que “os santos e santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis da história da Igreja. Com efeito, a santidade é a fonte secreta e a medida infalível de sua atividade apostólica e de seu elã missionário” (Catecismo da Igreja Católica, 828).
A todos Deus faz o convite de viver em profunda conformidade com o Evangelho de Jesus Cristo, numa experiência incondicional do mandamento do amor a Deus e ao próximo, a fim de alcançar uma perfeita união com Jesus, ou seja, a santidade.
Com isso, existe um caminho que se faz para reconhecer santos e santas alguns homens e mulheres que Deus escolhe para seguir mais de perto o exemplo de Cristo, e darem testemunho glorioso do Reino dos céus, seja com o derramamento de sangue ou com o exercício heroico das virtudes (Constituição Apostólica – Divinus Perfectionis Magister).
Desenvolvimento do processo de canonização
Mãe dos Santos, a Igreja tem sempre conservado a sua memória, propondo aos fiéis exemplos de santidade no seguimento de Cristo. Ao longo dos séculos, os Romanos Pontífices se preocuparam em emanar normas adequadas para facilitar a obtenção da verdade numa matéria de tão grande importância para a Igreja (Sanctorum Mater – Congregação para as causas dos santos).
Na Constituição Apostólica do Papa João Paulo II sobre a Legislação relativa às causas dos santos, foram dadas orientações para o processo de canonização, e uma delas é a participação ativa das Igrejas particulares (dioceses). O Documento aponta que “à luz da doutrina sobre a colegialidade proposta pelo Concílio Vaticano II, seria conveniente associar os Bispos à Sé Apostólica no tratamento das Causas dos Santos”. Ou seja, o processo passa a acontecer também com a cooperação dos Bispos em sua Igreja local, junto a Santa Sé com a Congregação para as Causas dos Santos.
Para cada causa é escolhido pelo bispo um postulador, cuja tarefa é investigar detalhadamente a vida do candidato para conhecer sua fama de santidade. Sendo que, já é chamado Servo de Deus o fiel católico do qual se iniciou a causa de beatificação e canonização.
Passo a passo do processo
O primeiro processo é o das virtudes ou martírio. Essa é a etapa mais demorada, porque o postulador deve investigar minuciosamente a vida do Servo de Deus, verificar a fundo a vivência das virtudes. Já no caso de um mártir, devem ser estudadas as circunstâncias que envolveram sua morte, para comprovar se houve realmente o martírio. Ao término desse processo, a pessoa é considerada venerável.
O segundo processo é o milagre da beatificação. Para se tornar beato, é necessário comprovar um milagre ocorrido por sua intercessão. No caso dos mártires, não é necessária a comprovação de milagre.
O terceiro e último processo é o milagre para a canonização. Este tem que ter ocorrido após a beatificação.
Comprovado esse milagre, o beato é canonizado e o novo santo passa a ter um culto de veneração universal.
Dessa forma, “ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores.” (CIC 828)
Os santos intercedem por nós
Os santos são nossos intercessores, pois, “pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (CIC 956).
Assim, podemos experienciar a comunhão com os santos, já que, “como a comunhão entre os cristãos da terra nos aproxima de Cristo, da mesma forma a união com os santos nos une a Cristo, do qual, como de sua fonte e cabeça, promana toda a graça e a vida do próprio povo de Deus” (CIC 957).
A vida de santidade é uma graça e um chamado para todos, “sede santos, assim como vosso Pai celeste é santo” (Mateus 5,48)
Fonte: Formação Canção Nova.