Três anos com o Papa Francisco. Celebra-se no próximo domingo, 13 de março, o terceiro aniversário da eleição de Jorge Mario Bergoglio à Cátedra de Pedro. Também este terceiro ano de Pontificado foi vivido por Francisco com grande intensidade. Do Sínodo sobre a Família à Carta encíclica “Laudato si”, das viagens apostólicas ao Jubileu extraordinário da Misericórdia, o Santo Padre prossegue no caminho traçado desde a tarde de sua eleição: um pastor que caminha com o povo rumo ao encontro com o Senhor. A Rádio Vaticano ouviu o arcebispo de Campobasso-Bojano – sul da Itália –, Dom Giancarlo Maria Bregantini, que foi anfitrião do Papa na visita de Francisco em 5 de julho de 2014 a esta arquidiocese da região italiana do Molise. Eis o que disse:
Dom Giancarlo Maria Bregantini:- “Apreciei imensamente a ‘Laudato si’; sinto que este é um documento de grandíssimo valor e, ao mesmo tempo, a afirmação sempre maior “Evangelii gaudium”, inclusive após seu magistral pronunciamento em Florença, no Congresso Eclesial Nacional. Ademais, no dia a dia, a maravilhosa experiência da misericórdia que entra no quotidiano e que este domingo revivemos plenamente com a parábola do Pai misericordioso e dissemos: ‘Obrigado a este Papa, que nos mostrou que não é uma parábola antiga, mas é uma parábola de hoje’. Outro elemento, o terceiro, é a experiência de suas viagens.”
RV: A misericórdia é, de certo modo, a lente através da qual podemos olhar toda a ação de Francisco?
Dom Giancarlo Maria Bregantini:- “Sim, com certeza. Sentimos a lente que obviamente não é gélida, fria, mas é o calor do sol que aquece o mundo de hoje. Se não tivéssemos a Misericórdia, como poderíamos encarar o tema da Líbia, da Síria e as dinâmicas tão complicadas da Europa para qual hoje rezamos que não se levantem os muros, mas se comece a raciocinar em termos de misericórdia!”
RV: O Papa Francisco costuma reiterar a necessidade de uma Igreja sinodal, uma Igreja que viva ‘a beleza do caminhar juntos’. A seu ver, quais efeitos esta visão do Papa poderá ter na vida da Igreja?
Dom Giancarlo Maria Bregantini:- “Creio que terá um grande efeito, nós o estamos preparando aqui na arquidiocese. O encorajamento que ele nos deu, sobretudo a modalidade – que não seja propriamente um documento, um estudo ad hoc – com a qual entrar em sintonia entre os sacerdotes, com os fiéis, com os pobres, com a Criação, é uma sinodalidade alargada: passou, com seu apelo, de uma sinodalidade da cátedra a uma sinodalidade ‘do caminho’, como realmente indica sua palavra originária. Isso restituiu ao evento do Sínodo nas dioceses não mais algo de gigantesco que produz grandes volumes, mas aquele sorriso, aquela carícia, aquele acompanhar do qual precisamos. Aí retorna a palavra exortar, a exortação: não é possível acompanhar sem a palavra exortar, e exortar produz o acompanhar. Um dos sinais que terá um impacto crescente é a reforma do tribunal diocesano para a verificação da nulidade das causas matrimoniais. É uma modalidade de abordagem inovadora entre os fiéis e o bispo, entre as famílias e a comunidade, entre as feridas e quem as cura. Sente interiormente que a misericórdia aí se torna realmente, também juridicamente, um rosto novo: Misericordiae vultus”.
Fonte: Rádio Vaticano