Uma rede interdisciplinar que integra universidades, sobretudo as católicas, numa proposta de promoção e defesa da vida será lançada hoje (07) de novembro, às 19h, no auditório da Casa de Retiros, em Passo Fundo (RS). Trata-se do Observatório de Bioética (OB-RS3), iniciativa pioneira e primeiro do país organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que realizará um mapeamento da vulnerabilidade humana no Estado, a partir de 3 eixos: início da vida, final da vida e políticas públicas.
Segundo o bispo de Rio Grande (RS) e idealizador do projeto, Dom Ricardo Hoepers, a iniciativa possibilitará a ampliação das pesquisas que são realizadas atualmente, com temas relacionados à vida, ao promover novas demandas e novas metodologias. O objetivo é fomentar os temas da bioética com dados coletados por meio de pesquisas científicas, que possam contribuir nos debates da sociedade, em promoção e defesa da vida, como a Audiência Pública promovida pelo Supremo Tribunal Federal em agosto deste ano, sobre a descriminalização do aborto.
A exortação apostólica Veritatis Gaudium, do Papa Francisco, que fala da importância do diálogo com as universidades e faculdades eclesiásticas, foi um dos elementos que impulsionou a criação do projeto, reforça Dom Ricardo, doutor em Bioética pela Academia Alfonsiana de Roma.
Parceria multidisciplinar
O Observatório de Bioética será composto por quatro comissões, sediadas em Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria e Passo Fundo. As instituições participantes, católicas e não católicas, são a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a Universidade Franciscana (UFN) de Santa Maria, a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e, em Passo Fundo, a Faculdade Meridional (Imed), a Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul (Fasurgs), a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), a Universidade de Passo Fundo (UPF) e o Instituto de Teologia e Pastoral (Itepa), além do Hospital da Cidade e do Hospital São Vicente de Paulo.
Nos três eixos que serão trabalhados pelo Observatório, estão temas como aborto, manipulação genética, esterilização, procriação responsável, experimentação com fetos, eugenia (início da vida), eutanásia, cuidados paliativos, terapia intensiva (final da vida) e direito à saúde, doenças crônicas, distribuição de recursos, conselhos de saúde, comitês de ética, prevenção (políticas públicas). O primeiro retorno sobre as pesquisas deve ocorrer em seis meses, no final do primeiro semestre de 2019, a partir dos estudos que já estão em andamento nas universidades.
Mais de 50 membros, formados em Medicina, Direito, Enfermagem, Teologia, Psicologia, Filosofia e Pedagogia participarão da iniciativa. Um segundo passo da organização será expandir a participação e incluir, além das universidades (pesquisa, ensino e extensão), a área social, por meio da Pastoral Familiar, elegendo um casal de cada diocese da região do Estado para organizar uma agenda anual de eventos em promoção e defesa da vida.
Sobre o assunto, a CNBB publicou, pela Coleção Estudos, o nº 98 cujo título é “Questões de Bioética”.
Site do projeto: observatoriodebioetica.ucpel.edu.br.
Fonte: CNBB.