Dom João explica que as ações da entidade buscam construir um mundo mais justo, fraterno e solidário
“Uma história gloriosa! O fato de permanecer viva e robusta é sinal da ação de Deus na vida da Cáritas.” A afirmação é de Dom João Costa, arcebispo coadjutor da Arquidiocese de Aracaju (SE) e presidente da Cáritas Brasileira, entidade que comemora 60 anos neste sábado, 12.
Esta rede solidária é um organismo da CNBB que trabalha na defesa dos direitos humanos junto às pessoas mais empobrecidas. Somente aqui no Brasil, a Cáritas conta com mais de 15 mil agentes, a maioria voluntária.
Dom João explica que as ações da entidade buscam construir um mundo mais justo, fraterno e solidário em que os cidadãos tenham seus direitos assegurados.
“A gente olha para Cáritas como uma grande ação no nosso mundo, na nossa sociedade. Como diz o Papa Francisco: a ‘Cáritas é o coração da Igreja’. Nesses 60 anos, ela realizou muitíssimas obras de solidariedade”.
Mais de 300 mil famílias foram ajudadas pela entidade nos últimos 10 anos. Para Dom João, a pobreza no país é um grande problema que afronta mas, ao mesmo tempo motiva a Cáritas em sua missão.
“Em cada pobre sofrido, abandonado, vemos o próprio Jesus sofredor. A Cáritas leva esse amor de Cristo a tantas pessoas machucadas e sofridas.”
Fazendo um balanço desses 60 anos, Dom João acredita que o desafio continua diante das desigualdades sociais e da miséria de tantas pessoas, mas destaca que a esperança e a confiança em Deus os fortalece de maneira a avançarem cada vez mais.
“Onde houver um irmão nosso sem dignidade, sem direito ao pão, à vida, nós não podemos ficar indiferentes.
A Cáritas Brasileira, é uma das 164 organizações-membros da Rede Cáritas Internacional. Organizada em uma rede com 183 entidades-membros, tem 12 regionais e uma sede nacional. 450 municípios contam com a atuação da entidade, ora incentivando a economia solidária e/ou lutas emancipatórias, ora gestando situações de emergência.
Há 5 anos na Cáritas, eleito presidente para o período de 2016 a 2019, Dom João afirma que esse trabalho solidário o fascina. Ele recorda que desde muito cedo, ainda no seu primeiro encontro vocacional na Ordem dos Carmelitas em Pernambuco, já percebia em si uma sensibilidade diante das pessoas mais emprobrecidas.
“Acredito que o Cristo que vemos na eucaristia, o adoramos, reconhecemos como Deus, temos que enxergá-lo também na pessoa do irmão pobre, machucado, abandonado. Essa realidade me interpela cada vez mais, me deixa bastante inquieto diante da sociedade muito indiferente com a situação de pobreza”.
Histórico
A Cáritas Brasileira surgiu em 1956. Criada pela CNBB, em seu início era responsável por todas as obras sociais católicas e coordenava a distribuição de alimentos de um programa liderado pelos Estados Unidos (Programa de Alimentos para a Paz) após a II Guerra Mundial. Com o final desse programa, em 1974, a Cáritas percebeu que havia muito a ser feito em prol dos mais necessitados e passou a focar na educação de base e na promoção humana no lugar do assistencialismo.
Fonte: Notícias Canção Nova