Milagres Existem?

Na linguagem popular e também nos meios de comunicação a palavra milagre foi esvaziada do seu verdadeiro significado. É comum a gente ouvir: “fulano de tal evitou um acidente milagrosamente’, “foi por milagre que não aconteceram mais vítimas durante aquele temporal”, “ o jogador marcou o gol por milagre”. A palavra usada com este sentido designa somente um fenômeno fora do comum. Também temos a posição daqueles que imaginam a ciência como a única fonte de explicação para todos os fenômenos da vida humana. Infelizmente, inclusive dentro Igreja, alguns cristãos passam pela crise de duvidar da existência dos milagres.

A palavra milagre vem do latim miraculum, que significa prodígio e admiração. É um acontecimento extraordinário, fora do comum e que tem como causa a ação de Deus.

Uma leitura atenta da Bíblia nos ajuda a perceber que se os milagres não existem, as páginas sagradas não são verdadeiras, Jesus não realizou milagres, e Deus também não existe. E a conclusão é a de ver a fé somente como um meio para confortar o ser humano diante do sofrimento. Isso não é verdade.

O papa Francisco, em 20 de maio de 2013, afirmou: “os milagres acontecem. Eles são o fruto de uma oração corajosa e humilde, feita com o coração entregue à fé em Deus.” Ele acentuou que “ não pode ser uma oração superficial, onde dizemos: rezarei por você, e aí rezamos um Pai Nosso, uma Ave Maria e, depois me esqueço. É necessária a oração valente, como aquela de Abraão que lutava com o Senhor para salvar a cidade, como aquela de Moisés que tinha as mãos em alto e se cansava, rezando ao Senhor; como aquela de tantas pessoas, de tanta gente que tem fé e com a fé reza, reza”.

O papa Francisco disse que “a oração faz milagres, mas temos que acreditar!”. Ele também deu um modelo de oração: ‘Eu tenho fé, Senhor, mas ajuda a minha falta de fé’… e quando nos pedem para rezar por tanta gente que sofre nas guerras, pelos refugiados, por todos os dramas da atualidade, reze ao Senhor, mas com o coração”.

E por fim o papa explica porque existe a incredulidade: “é justamente o coração que não se abre, o coração fechado, o coração que quer ter tudo sob controle. É um coração que “não se abre” e não “deixa o controle das coisas a Jesus””.

O Santo Padre também contou uma situação que aconteceu na Argentina, no período que era bispo em Buenos Aires: uma menina de 7 anos ficou doente e os médicos lhe deram poucas horas de vida. O pai, um eletricista, “homem de fé”, “ficou louco e naquela loucura” pegou um ônibus para ir ao Santuário Mariano de Luján, que fica a 70 quilômetros de Buenos Aires. O senhor “chegou aí depois das 9h da noite, quando já estava tudo fechado. E começou a rezar à Virgem, com as mãos agarradas à grade de ferro. E rezava, e rezava, e chorava, e rezava … e assim, permaneceu toda a noite. Mas este homem lutava: lutava com Deus, lutava junto a Deus pela cura da sua filha”. “Logo, depois das 6h da manhã, foi ao terminal, pegou o ônibus e chegou ao hospital às 9h, mais ou menos. Encontrou a sua esposa chorando. imaginou o pior. ‘O que aconteceu? Não entendo, não entendo! O que aconteceu?’. ‘Vieram os doutores e me disseram que a febre passou, que respira bem, que não tem nada! A deixarão em repouso por mais dois dias, mas não entendem o que foi que aconteceu!”E com esta história o papa concluiu: “Isto ainda acontece, não é verdade? Os milagres existem!”.

Fonte: Pe Alberto Gambarini