Nos domingos e outras solenidades, depois da homilia é sempre recitado o Credo ou profissão de fé. A palavra Credo, início da profissão de fé, vem do latim “credere”, isto é, ter como verdadeiro. Quando recitamos o Credo declaramos nossa confiança na obra de Deus realizada em nosso favor. Aí temos um resumo das verdades da fé do cristianismo. É a nossa resposta à Palavra de Deus proclamada e explicada. Ao recitar o Credo estamos dizendo: nós cremos, nós aderimos com todo o coração a Deus que nos fala na Palavra e por meio da Igreja.
O Credo também nos mantém unidos à graça do nosso batismo, onde morremos e ressuscitamos com Cristo para a nova vida. Recitar estas palavras é manter viva em nossa mente e coração, de Páscoa a Páscoa, de domingo a domingo, o dia bendito em que nos tornamos filhos de Deus, discípulos de Cristo, templos do Espírito Santo e membros da Igreja.
O Credo nos convida não só a renovar a profissão de fé, feita pela primeira vez em nosso batismo, mas também a testemunhar a unidade da Igreja, manifestada na celebração da Eucaristia. São Paulo escreveu em 1 Cor 10, 17: “Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão.”. Ao dizer Creio demonstramos a vontade de comungar e viver na fé da Igreja una, santa, católica e apostólica.
O Credo é uma herança recebida dos primeiros cristãos. Aqueles que se preparavam para o batismo eram instruídos a aprender de memória o seu conteúdo. Por quê? Para serem o ponto de referência da fé por toda a vida. E assim, se evitava a influência doutrinas estranhas à mensagem cristã.
Existem duas formulações da profissão de fé: o Credo dos Apóstolos e o Niceno Constantinopolitano. O primeiro é o mais curto, teria sido escrito pelos próprios apóstolos, e foi o único rezado durante os primeiros 300 anos de cristianismo. O segundo, surge no 4º século, como resultado da doutrina proveniente dos Concílios de Nicéia (325 dC) e Constantinopla (381 dC), para corrigir os erros doutrinários de algumas heresias a respeito da divindade de Jesus Cristo e do Espírito Santo. Nestes Concílios foi definido que Jesus é “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado e não criado, consubstancial ao Pai.”(Concílio de Nicéia), e “nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus”( Concílio Constantinopla). Diante das dúvidas sobre a divindade do Espírito Santo, o Concílio de Constantinopla declarou que Espírito Santo é uma pessoa, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, um só Deus com o Pai e o Filho. E no Credo se reza “procede do Pai e do Filho e é adorado e glorificado”. Vamos recitar o Credo dos Apóstolos:
O Credo Niceno-Constantinopolitano
Creio em um só Deus,
Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai
antes de todos os séculos:
Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado,
consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E, por nós, homens,
e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras;
E subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito † Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.
Creio na Igreja
Una †, Santa, Católica e Apostólica.
Professo um só batismo
para remissão dos pecados.
Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo que há de vir.
Amém.
Obrigada, Senhor, pela Igreja por Vós constituída. Amém!