A celebração do Natal, data em que a Igreja festeja o nascimento do menino Jesus em Belém, está chegando. A segunda maior festa cristã é um momento especial para todos os fiéis e marca o tempo litúrgico do ‘Advento’ – palavra de origem latina que significa “chegada”, “aproximação”, “vinda”.
Este ano, o Advento começa no dia 02 de dezembro e durante os quatro domingos que antecedem a comemoração da vinda do Filho de Deus entre os homens, a liturgia apresenta três personagens que ajudam os fiéis nesta caminhada: o profeta Isaías, cujas profecias dão um tom especial a este tempo litúrgico; o grande profeta do deserto, João Batista que, hoje como no passado, parece ser ‘voz que grita no deserto’ e, Maria, a Mãe que, qual ‘serva do Senhor’, acolhe e doa o Filho à humanidade.
“A liturgia, de forma simples e profunda, propõe-nos esses grandes modelos para aprendermos a viver bem este tempo e tornar mais transparentes e luminosas as nossas vidas”, ressalta o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Armando Bucciol.
O bispo explica ainda que o tempo do Advento prepara os fiéis para a renovação da fé em Jesus, despertando em si mesmo, sobretudo, atitudes de espera e de acolhida.
“Examinemo-nos, com sinceridade: em nossa vida o que esperamos? Quais esperanças nos sustentam no dia-a-dia? De quem esperamos salvação? Esperamos, de verdade, um Salvador divino ou colocamos a nossa esperança de salvação em líderes humanos e em soluções da tecnologia, da bolsa, da política, da cultura, dos ‘ídolos’? Que lugar ocupa Jesus a quem chamamos de Salvador?”, destaca.
O Advento é tempo de alegria, espera e esperança. Um momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. Neste período, há o despojamento das igrejas, é usada a cor roxa, não se canta o hino do Glória e as leituras ajudam a refletir sobre o mistério do Cristo que virá no final dos tempos. Dom Armando explica que a melhor preparação para este tempo é vivenciar atentamente às propostas da liturgia que, com riqueza de mensagens, vai conduzindo quem acolher o que a Palavra propõe.
“Aprenderemos a rever nossas expectativas, purificar nossos sonhos e projetos de salvação, tornar mais sóbria e essencial a nossa vida, e sermos, com a graça de Deus, capazes de tornar nossas vidas mais atentas a acolher o sentido da vida. Então, sim, quando chegar o Natal será repleto não tanto dos dons (pobres) do papai Noel, mas da riqueza simples e humilde do Filho de Maria, que é o Filho de Deus, Jesus, nosso Senhor”, afirma.
O Tempo do Advento marca o início do ano litúrgico e traz com ele, para o ano litúrgico de 2019 o ciclo de Leituras do Ano C, marcado pela leitura predominante do evangelho de São Lucas.
Como se estrutura o Tempo do Advento
O tempo do Advento não tem um número fixo de dias e depende sempre da solenidade do Natal. Ele começa no primeiro domingo após a Solenidade de Cristo Rei e se desenvolve até o momento anterior à tarde (1ª Vésperas) do Natal, ou seja, quatro domingos celebrativos. O terceiro domingo do Advento é chamado de domingo da alegria (gaudete, em latim) por causa da antífona de entrada da missa (Alegrai-vos sempre no Senhor), mostrando a alegria da proximidade da celebração do Natal. O tempo do Advento se divide em duas partes. A primeira, que vai até o dia 16 de dezembro, é marcada pela espera alegre da segunda vinda de Jesus. A segunda, os dias que antecedem o Natal, se destaca pela recordação sobre o nascimento de Jesus em Belém.
Árvore de Natal X Nascimento de Jesus
O pinheiro enfeitado com luzes e enfeites coloridos se tornou o grande símbolo do Natal. Segundo informações históricas, sua origem provém dos países do norte da Europa. O pinheiro e o abete, são árvores típicas destas terras, plantas que se mantêm sempre verdes, sinal de vida que não morre.
Mas a pergunta que todo ano é feita: qual o dia certo para montar a árvore? Não tem um dia marcado. Mas recomenda-se a montagem no primeiro domingo do tempo do Advento. Este ano, a data cai no dia 2 de dezembro. O presidente da Comissão para Liturgia da CNBB ressalta que, neste período, o destaque maior deve ser a dimensão pedagógica e espiritual contida também na Árvore de Natal.
“Enquanto nas famílias e comunidades se arruma a árvore de natal é importante ajudar as crianças a compreender essas histórias, evidenciando a riqueza do simbolismo da luz, que é Jesus. Uma árvore sem Ele, seria como uma lâmpada queimada. Junto à árvore, construa-se também o presépio, cuja tradição dá um sentido mais explícito ao Natal dos cristãos”, dom Armando.
Fonte: CNBB.