Foi doada ao Papa Francisco, nesta quarta-feira (28/06), no final da Audiência Geral, uma cruz pequena de metal, proveniente do Iraque, toda retorcida por causa do calor das bombas e ultrajes dos milicianos do Estado Islâmico.
Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, a cruz foi entregue ao Pontífice pelo religioso rogacionista iraquiano Pe. Jalal Yako que a recuperou pessoalmente das ruínas da Igreja de Mar Zena, em Qaraqosh, próximo a Mossul.
“Quis entregá-la ao Papa e pedir-lhe para rezar pelos cristãos iraquianos”, disse o sacerdote que nasceu, em Qaraqosh, e há três anos vive no campo de refugiados de Nishtiman, em Irbil, no Curdistão iraquiano. Ali, vivem cinquenta mil cristãos que moravam em Qaraqosh, obrigados a fugir em 2014 para não serem mortos.
Recentemente, o sacerdote voltou a Qaraqosh que se tornou uma cidade fantasma da Planície de Nínive. “Não existe mais nada, tudo foi destruído”, disse Pe. Jalal ao Papa Francisco. Ao falar sobre a vida no campo de refugiados, afirmou que, infelizmente, existem campos de séria a e série b. “Não são certamente cinco estrelas os assentamentos onde os deslocados são todos ou quase cristãos.”
“Trezentas e cinquenta famílias vivem amontoadas no que restou de um centro comercial. Vivem na esperança de poder voltar à sua terra e reconstruir suas casas e o futuro”, sublinhou. “Tudo que era cristão foi vandalizado e queimado. Nas igrejas, as imagens foram usadas como alvos, e as casas e lojas de famílias cristãs foram saqueadas e devastadas”, acrescentou o religioso.
O sacerdote confirmou ao Papa a sua total disponibilidade de voltar a Qaraqosh. “As pessoas pedem para que haja a presença da Igreja”, disse ele. “Certamente, não sabemos ainda quando será possível voltar para casa, mas se formos uma comunidade unida, cedo ou tarde conseguiremos”, concluiu Pe. Jalal.
Fonte: Rádio Vaticano