Não há dúvida de que os pais são a maior influência na vida de uma criança, mas certamente não são a única. Avós, tios, colegas de escola e, a partir de certa idade, internet e tevê também afetam na formação da personalidade. Para bem ou para mal. Essa é a constatação que levou a educadora argentina Cris Poli a lançar seu mais recente livro: “Atenção! Tem gente influenciando seus filhos”.
Cris ficou famosa no Brasil todo por ser a protagonista da versão brasileira do programa Supernanny, transmitido pelo SBT, no qual ajudava famílias reais com dificuldades em lidar com seus filhos pequenos. Em sua nova obra – a oitava lançada no país -, ela orienta pais que querem evitar interferências negativas no comportamento dos filhos.
Em entrevista ao Sempre Família, Cris explica que essas outras influências são naturais e nem sempre ruins. Para ela, com o que se vê fora de casa, os pais podem exemplificar questões que ajudam os filhos a formarem sua visão de certo e errado. “Hoje muito se fala em ‘não invadir o espaço do filho’. A questão é que não é uma invasão, mas sim, uma supervisão. E para que a criança não se sinta pressionada pelos pais é preciso que o diálogo comece desde cedo, quando ainda pequeno, para que ela se sinta confortável em contar o que está acontecendo. Assim o pai pode intervir diante da percepção de uma influência que ele julga negativa”, avalia.
E quando o agente influenciador está dentro da própria família? A educadora tranquiliza os pais preocupados em não ofender os avós, por exemplo, que tendem a ser o suporte para o cuidado diário da criança, mas que nem sempre influenciam do modo como os pais esperam. “No começo eles podem ficar um pouco ressentidos, mas com o tempo entendem. Eu sou avó e sei bem disso. Com bom senso, tranquilidade e sem ser agressivo, é possível abrir esse diálogo”, diz Cris. Ela complementa com um testemunho: “Durante o programa Supernanny tive um caso em que a mãe estava perdendo a autoridade em casa, por causa dessa influência que a avó tinha. É preciso falar”.
Para a educadora, há dois grandes desafios para a educação das crianças hoje: o pouco tempo dos pais e a falta de limites para uso de tecnologia, tanto por parte dos filhos como por parte dos pais. Ela enfatiza que é preciso separar um tempo com os filhos ao chegar em casa do trabalho, ainda que o dia tenha sido cheio e estressante. “Sem diálogo eles se afastam mesmo. Serão influenciados por outros e aí, na adolescência, você acabará dizendo que não o conhece”, alerta.
Em relação à tecnologia, a educadora é firme em dizer que o uso deve ser moderado não só para os pequenos, mas principalmente para os pais, que são os exemplos: “Hoje todos estão conectados demais. Pais que ficam mexendo no celular à mesa dificilmente conseguem que os filhos façam o contrário. Tem que ter hora para tudo”, finaliza.
Fonte: Sempre família
De acordo com o ponto de vista da educadora, no mundo moderno já não se cuida dos filhos como antigamente, deixam-se os filhos muito soltos, sem a devida atenção e cuidados que toda criança precisa dos pais.