O amor pode ter várias representações. Conheça, então, o amor de Deus por você
Amor é uma das palavras mais difíceis de conceituar em nosso mundo. A necessidade ou a conveniência foram gerando diversos significados para essa palavra e, a meu ver, todos eles com certo teor de verdade, mas necessitados de contextualização. Minha intenção, no momento, não é a de trabalhar os contextos do amor, mas sim as diferentes faces do amor de Deus.
O Senhor nos ama com toda a Sua capacidade infinita. Ele não sabe amar menos e toma a iniciativa sempre. No entanto, a vida humana se desenvolve num complexo ambiente com fases diferenciadas e momentos próprios, por isso a nossa necessidade de amor é alterada também.
Deus ama a todos
Uma criança, por exemplo, não pode ser amada com um amor de homem-mulher, pois isso não atende a sua necessidade e ainda pode provocar deficiências em seu amadurecimento interior, e Deus sabe disso. O Todo-poderoso ama a todos igualmente, mas não nos ama com um amor genérico, por isso, descompromissado com nossa identidade, Seu amor vai se configurando à nossa necessidade. Quase que podemos dizer que, por amar pessoalmente cada um, Ele nos ama de forma diferente, em estilo e igual em intensidade. Amor pessoal, único em sua expressão. A cada momento, somos amados da forma adequada e diferenciada.
Exatamente por sermos reflexos do amor de Deus, nós também não amamos a todos do mesmo jeito. Se assim o fizéssemos, seríamos injustos, porque o amor de verdade deve tocar a individualidade de cada um, amar do jeito certo. E como o amor é criativo! Ele encontra a forma individual e única de ser fecundo em cada pessoa. Não adianta pensar que amaremos a todos de forma igual, porque isso não é possível. Ao sabermos disso, evitamos o risco de nos sentirmos pouco amados simplesmente porque somos amados de forma diferente que os outros.
O amor divino
Para compreendermos o amor divino, podemos observar as imagens dele existentes no amor humano. Um exemplo fácil é o de uma mãe que, com a mesma intensidade de amor, ama de uma forma os seus pais, de outra o seu esposo, de outra os seus filhos e de outra ainda seus amigos. Será que o que muda é a intensidade do amor? Não. O que muda é o estilo dele, suas características, e não sua profundidade.
O amor na forma e na dose certa é como um medicamento, um fortificante ou uma vitamina; não é ele quem leva ao desenvolvimento, mas é ele que garante que o processo da vida não sofrerá atrofias ou danos permanentes. Nossa identidade surge a partir do estilo de amor que recebemos.
Descobrimo-nos filhos a partir do amor de pai e mãe; descobrimo-nos irmãos a partir do amor de nossos irmãos. É o amor que abre nossos olhos para nossa própria identidade, é ele quem dá a sobriedade de vida e nos faz amar e gostar de nós mesmos, desejando sempre ser melhores.
Que Deus o abençoe e o faça crescer sempre em seu amor.
Padre Xavier
Fonte: Canção Nova