Atual bispo auxiliar de Brasília e Secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner foi bispo de São Felix do Araguaia (MT) durante 6 anos, de 2005 a 2011. Conhecedor da realidade amazônica e indígena e de suas relações com o meio ambiente, o bispo celebra o primeiro aniversário da encíclica Laudato si enaltecendo a sua atualidade e o embasamento sobre a qual foi redigida.
Dom Leonardo também revela que a CNBB está promovendo o documento com uma iniciativa especial:
“No Brasil, temos feito um esforço muito bom neste sentido. Fizemos uma publicação pequena, um resumo, que pudesse ser distribuída para as comunidades. Um cientista tomou a encíclica e fez uma espécie de entrevista com o Santo Padre, mas também com respostas bastante curtas, a partir da própria encíclica. Nós estamos também preparando um pequeno folheto popular para ser distribuído a todas as nossas comunidades. Precisamos naturalmente alguém que nos ajude a financiar, pois não é tão barato e precisamos de um bom número para poder atingir as comunidades no Brasil, que são muitas. O texto está entrando, devagarinho. O que não podemos deixar de fazer lembrar o texto, apresentá-lo, discuti-lo e tem havido uma resposta satisfatória. Estive duas vezes no Congresso nacional falando sobre a encíclica. Existem diversas iniciativas da Comissão Caridade, Justiça e Paz e da Comissão para a Amazônia da CNBB”.
“Realizamos o primeiro seminário, agora em Cuiabá, em torno da encíclica e celebraremos outros seminários nas regiões Norte e Nordeste, para devagar ir despertando para esta realidade. E devagar, vai, mas temos que ser perseverantes. Um ano é pouco, dizem que nós levamos 50 anos para fazer entrar as ideias fundamentais… Até o Papa disse que o Concílio precisaria de 100 anos para entrar, e são passados apenas 50”.
“É uma verdade, as grandes ideias vão entrando de devagar. Mudar de ideia é exigente; precisa muita paciência, de muito diálogo, de muita reproposições, discussões… e o texto do Santo Padre está nos ajudando nisso. Nós somos muito gratos e nunca agradeceremos o suficiente o Santo Padre por esta encíclica, porque realmente o texto tem dado uma grande contribuição. Eu pude participar da delegação da Santa Sé na COP21 e percebi como o documento foi bem recebido. Talvez seja exagerado dizer, mas se pudemos dar passos em Paris, isso se deve muito às colocações que o Santo Padre faz. No Plenário das discussões, o texto foi citado muitas vezes, inclusive por nações onde a maioria não é cristã e nem católica. O texto está muito bem embasado e abre perspectivas e principalmente nos provoca ao cuidado da Casa Comum”.
Fonte: Rádio Vaticano