No início do Evangelho de hoje, que nos relata o cair da tarde no domingo da ressurreição, os discípulos estão amedrontados e se encontram reunidos a portas fechadas. Nada adiantou os relatos daqueles que tiveram a experiência do Cristo Ressuscitado, mas o receio, o medo da morte falava mais alto.
Nesse ambiente o Senhor lhes aparece e lhes dá a paz. Em seguida, para confirmar sua ressurreição, lhes mostra as marcas da paixão em seu corpo. Como sempre, nas aparições após a ressurreição, o Senhor lhes dá a missão de anunciarem sua vitória sobre a morte e, agora, lhes dá uma missão até então não conferida: com a efusão do Espírito Santo lhes dá o poder de perdoar os pecados!
O Senhor morreu e ressurgiu para a nossa alegria, para a nossa felicidade ainda neste mundo, por isso o dom da paz, o dom do perdão dos pecados, o dom do Espírito.
Contudo, na comunidade reunida, falta alguém – Tomé.
Por que será que o autor do quarto evangelho relata essa ausência de Tomé, para criticá-lo?
Certamente não! Não havia motivo para isso. João aproveita esse episódio para fortalecer nossa fé na ressurreição de Jesus.
Como vimos nos relatos anteriores, apesar de Jesus preveni-los em relação à sua ressurreição, eles não crêem, mesmo com os relatos de Madalena, dos dois de Emaús, é muito difícil para eles. Assim também foi na primeira Comunidade e é para muitos de nosso meio. Por isso João escreve no final do Evangelho: “Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.”
Muitos desejam ver para crer. Contudo, Jesus ressuscitado não pode ser visto com nossos olhos, tocado com nossas mãos, mas apenas é visto e tocado com nossa fé! Se eu vejo, se toco, não preciso ter fé, pois vi e toquei! É aceitar o evidente! Mas o que não vi e nem toquei e, mesmo assim, acredito que exista, isso é fé. À exclamação de Tomé “Meu Senhor e meu Deus!”, Jesus reage: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Isso supõe uma fé genuína, pura. Acreditar somente na palavra de Jesus, por crer em Jesus!
Hoje o Senhor também solicita nossa resposta de amor ao seu Amor. Ele nos ama e está sempre ao nosso lado. Tenhamos para com nosso Senhor um relacionamento afetivo, ele é o nosso maior amigo, é o nosso Senhor e nosso Deus! (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o II Domingo da Páscoa)
Fonte: Rádio Vaticano