O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o governador do estado, Geraldo Alckmin, anunciaram nesta quarta-feira, 19, a revogação do aumento das tarifas do transporte público. Com isso o valor passa de R$ 3,20 para R$ 3. A decisão vale para ônibus que circulam dentro do município, trens e metrô.
“Nós vamos ter de cortar investimentos porque as empresas não tem como arcar”, disse o governador, ressaltando que o governo dará prioridade máxima à questão do transporte público. O prefeito da cidade acrescentou que a população será informada sobre os impactos da redução. “Nós vamos ter de explicar esse gasto para a população da cidade”.
Apesar de a revogação já estar valendo, há a necessidade de um período de até cinco dias para que os leitores de passagem sejam ajustados.
O anúncio ocorre um dia após a sexta manifestação em São Paulo contra o aumento das tarifas. O ato reuniu milhares de pessoas e concentrou-se em frente ao prédio da prefeitura e na avenida paulista. Alguns dos presentes na manifestação tentaram invadir, sem sucesso a prefeitura, depredaram o prédio e entraram em conflito com a polícia.
“A revogação nos pegou de surpresa. Estamos tentando nos reunir agora”, disse um dos membros do Movimento Passe Livre (MPL), Mateus Preis, explicando que os estudantes ainda iam decidir o que fazer, se manter o protesto marcado para esta tarde ou festejar o anúncio.
Em sua última nota na noite desta quarta, o movimento, que encabeçou as manifestações em São Paulo, comemorou nas redes sociais. “Primeira vitória, teremos muito mais. Após sete dias de protestos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito, Fernando Haddad, anunciam por volta das 18h10 a revogação do reajuste de R$ 0,20, voltando o valor da tarifa do transporte público de São Paulo para R$ 3”.
Antes, o Movimento Passe Livre, disse que o governo do estado se calou e desapareceu do debate público, “se negando dialogar e criando uma ideia que essa é uma questão única de segurança pública”.
Segundo o movimento, a prefeitura tentou iludir o povo nas ruas, criando a falsa ideia de que, para revogar o aumento, teria que retirar dinheiro da educação, saúde e de outras áreas sociais. “Isso não é verdade, até porque as verbas para setores como educação e saúde estão vinculadas e não podem ser transferidas”, disse em nota.
No dia 18, o prefeito Fernando Haddad disse que a revogação do aumento das tarifas do transporte público paulistano causaria um impacto muito grande nas contas do município e tiraria recursos de áreas vitais como saúde e educação durante reunião do Conselho da Cidade com líderes do Movimento Passe Livre e com conselheiros. O governador Geraldo Alckmin declarou, na semana passada, que as tarifas não seriam reduzidas.
Fonte: CN Notícias