O nosso ponto de partida é lembrar que o termo cristão foi usado pela primeira vez em Atos 11,26: “em Antioquia é que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos.” Por meio deste termo, quem não era cristão, identificava aqueles que seguiam a Jesus Cristo. Aos poucos, os próprios cristãos da igreja primitiva passaram também a utilizar este termo. Portanto, o termo cristão denomina quem crê e segue Jesus Cristo. Nós católicos cremos e seguimos Jesus Cristo, e assim somos cristãos.
Para entender o cristianismo é necessário conhecer a Bíblia, os escritos cristãos dos primeiros séculos e também sermos honestos com os dados históricos. Não podemos pegar a Bíblia e pular toda a história do cristianismo, para ficar somente com o que nos interessa. Isso seria distorcer a verdade.
O primeiro documento mostrando que a Igreja cristã era chamada de católica, surge no início do século II, nos escritos de Santo Irineu de Antioquia. Na carta aos esmirnenses 8,2 escreveu: “Onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus também nos assegura a presença da Igreja católica.”. Católica é uma palavra grega que significa universal, portanto Igreja católica é a igreja em toda parte. A expressão Igreja católica foi usada por mais de mil anos, como maneira de identificar a Igreja de Jesus Cristo.
Graças a Igreja católica a Sagrada Escritura não se perdeu. Até o ano 397 (Sínodo de Cartago) não existia a Bíblia como conhecemos atualmente. Nesta data ficou definido quais eram os livros do Antigo Testamento, e foram escolhidos os 27 livros do Novo Testamento. Também foi a Igreja católica que chamou a Sagrada Escritura de Bíblia, que significa coleção de livros; e dividiu cada livro em capítulos e versículos para facilitar a leitura.
A doutrina da Trindade é uma doutrina católica que diz respeito a um dos pontos centrais da mensagem cristã: um só Deus em três pessoas distintas (Pai, Filho e Espírito Santo). Esta palavra não existe na Bíblia, a Igreja passa a utilizá-la par defender o cristianismo que estava sendo ameaçado pela heresia ariana. Os arianos afirmavam que Jesus não era plenamente Deus e plenamente homem.
E por fim, a questão sobre Constantino. Este imperador romano, filho de uma mulher profundamente cristã, Santa Helena, graças a quem foram preservados os principais lugares da Terra Santa. Constantino tem como mérito ter dado liberdade de culto aos cristãos em 313(Edito de Milão), acabando com as perseguições e devolvendo os bens confiscados. Em 321 tornou o domingo dia de festa e descanso do trabalho, somente oficializou, pois já era o dia principal de culto dos cristão desde o início do cristianismo.
Padre Alberto Gambarini