Uma das formas mais cruéis de desprezar um ser humano é ignorar sua presença. Como sofrem nossos pequeninos quando se referem a eles como alguém que vai existir e para serem aceitos imprimem como exigência que se comportarem como adultos. É gritante ver crianças cantando músicas que nem sequer sabem o sentido de suas letras. É gritante ver miniadultos vestidos com sensualidade que nem lhe são peculiar. É gritante pais cristãos corrigirem seus filhos dizendo “você parece criança”, como se “ser criança” fosse algo ruim, errado.
Uma coisa é certa, para se conseguir que uma criança fique sentadinha e quietinha por duas horas no Grupo de Oração adulto é preciso matar sua infância. Deus não programou a criança para ser quietinha, no projeto de Deus a infância é alegre, dinâmica, inquieta, expressiva, inocente. “E Jesus crescia em estatura, graça e sabedoria diante de Deus e dos homens”. A atitude dos adultos devem também proporcionar isto na vida de suas crianças.
Volto à pergunta: Criança é futuro? Na verdade, Jesus fez o caminho inverso, ao invés de dizer às crianças “Vocês são futuro”, Ele diz aos adultos “sejam como a criança”. Para Deus, a infância é um momento privilegiado em que se forma o caráter, a personalidade. Seremos adultos mais ou menos maduros, íntegros, conforme a infância que vivemos.
Ninguém se comunica com a criança sem se remeter à própria infância. Quando um adulto diz à criança “para quieto, menino”, na verdade, está dizendo: “olha o que fizeram comigo quando eu tinha a sua idade”.
O Ministério para Criança trabalha as crianças e a criança de cada um. Neste sentido, quando um Movimento, uma instituição, uma família, uma grupo, acolhe a criança, na verdade, acolhe a história de cada um. Isto diz de maturidade, de aceitação, de esperança, pois, quando uma criança pega uma sucata, lixo dos adultos e transforma em um brinquedo para evangelizar, está dizendo: “este mundo tem jeito”.
Por que evangelizar os pequeninos?
Para cumprir a Palavra de Deus: “Deixai vir a mim as criancinhas, não as impeçais, pois delas é o Reino dos céus” (Mt 19,14); “O perfeito louvor vos é dado pela boca dos pequeninos” (Sl 8,2); “Ensina à criança o caminho que ela deve seguir e mesmo quando velha jamais se desviará dele” (Pv 22,6); Desde a infância conheces a Sagrada Escrituras (II Tm 3,15).
2 – Para estar em comunhão com nossa Igreja: A educação da consciência é uma tarefa de toda a vida. Desde os primeiros anos alerta a criança para o conhecimento e a prática da lei interior reconhecida pela consciência moral. Uma educação prudente ensina a virtude,preserva ou cura do medo, do egoísmo e do orgulho, dos sentimentos de culpabilidade e dos movimentos de complacência, nascidos da fraqueza e das faltas humanas. A educação da consciência garante a liberdade e gera paz no coração (Catecismo Igreja Católica, parágrafo 1784);
Chego a um ponto importante desta minha carta: é a vossa oração que desejo confiar os problemas da vossa família e de todas as famílias do mundo. E não só isto: tenho ainda outras intenções a recomendar-vos. O Papa conta muito com vossas orações. Devemos rezar juntos e muito para que a humanidade se torne cada vez mais a família de Deus, e possa viver a paz (Documento 138 Carta do Papa para as Crianças, p. 12);
A infância, hoje em dia, deve ser destinatária de uma ação prioritária da Igreja, da família e das instituições do Estado tanto pelas possibilidades que oferece como pela vulnerabilidade a que se encontra exposta. As crianças são dons e sinais da presença de Deus em nosso mundo por sua capacidadede aceitar com singeliza a mensagem do Evangelho. Jesus as acolhe com especial ternura (Mt 19,14) e apresentou a capacidade que elas têem para acolher o Evangelho como modelos para entrar no Reino de Deus (Mt 18,3) (Documento de Aparecida, parágrafo 438).
Para uma mudança social: O surgimento de novos hábitos numa cultura se trabalharmos com adultos demora uma geração (40 anos) introduzido na infância os novos hábitos fixam na cultura em 8 anos.
4 – Pelo poder de atração da criança: A criança exerce o poder de atrair para si a atenção. Quando algo acontece a uma criança, ou através da criança, é destaque e gera maior reflexão. Em novelas de TV, a presença da criança é obrigatória pelo aumento da audiência que ela representa.
5 – Pelo poder de persuasão da criança: Pesquisas recentes mostram que as crianças influenciam em até 80% nas escolhas e decisões de seus pais. Um exemplo é a campanha contra Dengue que encontrou reforço quando nas escolas convocaram as crianças para o seu combate.
6 – Para ter Qualidade de Vida: Um País é considerado rico não pelas riquezas naturais, mas pela Qualidade de Vida. Os índices da Qualidade de Vida são medidos não pela quantidade de petróleo ou diamante, mas pela mortandade infantil; analfabetismo; não violência à criança, entre outros. A evangelização é a forma mais eficaz de acabar com a “Cultura de Morte” de um povo.
Fonte: Portal RCC Brasil