Na manhã desta quinta-feira o Papa Francisco recebeu em audiências sucessivas no Vaticano o ex-Presidente de Israel, Shimon Peres, e o Príncipe da Jordânia, El Hassan bin Talal. Peres havia solicitado um encontro com o Santo Padre para informá-lo de suas atividades e de seus projetos e iniciativas pela paz, já que deixou a atividade política mais direta.
A grande estima que Francisco tem pelo ex-Presidente de Israel – por ele considerado como “homem de paz” e “homem de grandes horizontes” -, fez com que a audiência se estendesse por cerca de 45 minutos. Com o auxílio de um intérprete, o líder israelense apresentou ao Papa suas iniciativas pela paz, que também contam com o auxílio de líderes religiosos.
O santo Padre ouviu tudo atentamente e garantiu a ele a atenção dos dicastérios vaticanos empenhados neste campo, sobretudo o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso e o Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz, com os Cardeais Tauran e Turkson. Sobre o encontro, a Rádio Vaticano entrevistou seu Diretor e também Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi:
RV: A iniciativa “A ONU das religiões” – como foi definida sinteticamente pelos jornalistas – Era esta a proposta sobre a qual falava o ex-Presidente?
Pe. Lombardi: “Sim. Peres falou com o Papa sobre esta proposta, sobre esta perspectiva de compromisso. O Papa também reiterou – isto me disse ao final da audiência, de acordo com o ex-Presidente Peres – que a iniciativa de oração pela paz, que realizou-se aqui no Vaticano com a participação de Peres e Abu Mazen, não deve ser considerada como algo que tenha fracassado, em função dos eventos que se seguiram, mas como a abertura de uma porta que permanece aberta e por meio da qual iniciativas e valores podem ser encorajados e desenvolvidos para seguirem em frente”.
RV: Pe. Lombardi, também importante o encontro com o Príncipe El Hassan bin Talal?
Pe. Lombardi: “Também a audiência com o Príncipe jordaniano foi análoga com este tipo de impostação, pois o príncipe jordaniano apresentou ao Papa a atividade da Fundação, do Instituto que ele fundou e que conduz e segue pelo caminho do diálogo e do empenho inter-religioso em favor da paz, no atual contexto de violência. A importância do diálogo entre as religiões pela dignidade humana e pela paz, a ajuda aos pobres no tempo da globalização, a educação dos jovens para a fraternidade, a insistência em relação à dignidade das pessoas…. E tudo isto, a ser levado em frente com laços de intenções comuns por parte das religiões que reconhecem isto como um princípio comum na assim chamada “regra de ouro”, a qual também é referida no evangelho: “Não faças aos outros aquilo que não desejas que seja feito a ti. Faça aos outros aquilo que desejas que seja feito a ti”. Assim, esta é a base comum, um denominador comum sobre o qual também as grandes religiões se encontram para promover a paz e o bem comum da humanidade. Também na audiência com o Príncipe jordaniano, foi uma audiência longa, de mais de meia hora, e agradou muito ao Papa, que lhe dá um notável significado”.
Fonte: Rádio Vaticano