Destaque nesta semana para a Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz. Desenvolvemos também nesta rubrica os sinais do Jubileu apresentados pelo Santo Padre na audiência geral desta quarta-feira, dia 16.
Nesta terça-feira dia 15 de Dezembro foi publicada a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz que se celebra no próximo dia 1 de janeiro de 2016. O documento tem como título ‘Vence a indiferença e conquista a paz’.
Nesta Mensagem o Santo Padre convida a humanidade a manter a esperança depois de um ano marcado por “guerras e atos terroristas”. O Papa valoriza aspectos positivos deste ano de 2015, em particular, a Cimeira do Clima de Paris, a COP21, que procurou “novos caminhos para enfrentar as alterações climáticas e salvaguardar o bem-estar da Terra”
O Papa Francisco refere também sobre a Cimeira de Adis-Abeba, para arrecadação de fundos destinados ao desenvolvimento sustentável do mundo, e à adoção, por parte das Nações Unidas, da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O Santo Padre manifesta a “convicção” de que Deus “não abandona a humanidade” e recorda na sua mensagem as pessoas frágeis da sociedade como os reclusos, migrantes e os desempregados.
Na conferência de imprensa de apresentação da Mensagem o Cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, afirmou que “não é só a indiferença que está no centro da Mensagem, mas também a esperança na capacidade do homem, com a graça de Deus, de superar o mal”.
Na conferência de imprensa foi também afirmado pelo Dr. Vittorio Alberti, oficial do referido Conselho Pontifício, que a misericórdia vence a indiferença:
“A misericórdia não é só um facto moral, mas um facto mental e intelectual: é a liberdade de pensamento. Francisco esta dando a chave profunda, cultural e espiritual, para combater a indiferença.”
Quarta-feira, 16 de Dezembro – na audiência geral na Praça de S. Pedro o Papa Francisco falou sobre os sinais do Jubileu. Segundo o Santo Padre este Ano Santo é celebrado em todo o mundo para marcar a comunhão eclesial na Igreja para que esta se torne cada vez mais intensa:
“Possa esta comunhão eclesial tornar-se sempre mais intensa, para que a Igreja seja no mundo o sinal vivo do amor e da misericórdia do Pai.”
No entanto, a misericórdia e o perdão não podem ficar reduzidos a belas palavras; são vida e dão vida neste Jubileu, se aderirmos de coração aos sinais que o caracterizam: cruzar a Porta Santa, amar a todos e tudo perdoar, aproximarmo-nos do sacramento da Confissão – afirmou o Papa Francisco.
O primeiro sinal é a Porta Santa – continuou o Papa – que eu quis aberta em todas as dioceses do mundo, para todos os fiéis poderem experimentar a graça do Jubileu. Aquela Porta indica o próprio Jesus, que nos convida a entrar e repousar n’Ele, mas também nos impele a sair ao encontro dos outros, levando-lhes o seu abraço de amor e perdão. Por isso, não teria grande eficácia o Jubileu, se a porta do nosso coração não se abrisse para deixar Cristo passar para os outros:
“Assim como a Porta Santa permanece aberta, porque é o sinal do acolhimento que Deus nos reserva, assim também há-de estar sempre aberta de par em par a nossa porta, sem excluir ninguém.“
Improvisando o Papa Francisco chamou a atenção para eventuais enganos com pagamentos de indulgências:
“Estejam atentos! Não é que algum mais esperto vos diga que se tem que pagar. A salvação não se paga! A salvação não se compra! A Porta é Jesus e Jesus è grátis…. a salvação è grátis!”!
“Por vezes ouvimos pessoas lamentarem-se de que não conseguem perdoar” – afirmou o Papa, concordando que não é fácil perdoar, porque o nosso coração é pobre e, só com as nossas forças, não conseguimos perdoar. Mas tornamo-nos capazes de perdão, se nos abrirmos a Deus e acolhermos a sua misericórdia em nós.
“Desta forma, amar e perdoar são o sinal concreto de que a fé transformou o nosso coração, manifestando-se em nós a própria vida de Deus: amar e perdoar, como Deus ama e perdoa.
Um sinal fundamental do Jubileu é o Sacramento da Confissão – disse ainda o Santo Padre – que nos reconcilia com Deus. Vendo o estado miserável em que nos deixaram os nossos pecados, que reconhecemos e Lhe confessamos, Deus enche-Se de compaixão ficando Ele com os nossos pecados e regenerando-nos como seus filhos; acolhe-nos no seu seio e encoraja-nos a seguir pela estrada do bem. E o Papa Francisco concluiu a sua catequese encorajando os fiéis neste Ano Santo:
“Portanto, coragem! Vivamos o Jubileu iniciando com estes sinais que comportam uma grande força de amor. O Senhor acompanhar-nos-á para conduzir-nos a afazer experiência de outros sinais importantes para a nossa vida.”
Ontem dia 21 de dezembro, IV Domingo do Advento, teve lugar a tradicional benção dos “bambinelli”, os pequenos ‘Meninos Jesus’ trazidos pelas crianças de Roma na oração do Angelus. O Santo Padre na sua mensagem recordou a Síria, a Líbia, a Costa Rica, a Nicarágua e a Índia como nos recorda a nossa colega de redação Dulce Araújo.
A seguir à sua reflexão teológica por ocasião da oração mariana do Angelus, o Papa elevou o seu pensamento “à amada Síria, exprimindo vivo apreço pelo acordo atingido pela Comunidade internacional. E encorajou todos “a continuarem com generosa abertura pelo caminho da cessação das violências e de uma solução negociada que leve à paz”.
O Papa recordou-se também da Líbia, onde – disse – “os recentes empenhos assumidos entre as Partes para a criação de um Governo de unidade nacional convidam à esperança no futuro.
Francisco disse também apoiar o empenho de colaboração a que são chamadas a Costa Rica e a Nicarágua. E exprimiu o desejo de que “um renovado espirito de fraternidade reforce ulteriormente o diálogo e a cooperação recíproca, assim como também entre todos os países da Região.”
O Papa elevou o seu pensamento também “às caras populações da Índia, atingidas recentemente por uma grave inundação”.
E pediu orações para esses irmãos e irmãs que sofrem devido a essa calamidade, confiando as almas dos defuntos à misericórdia de Deus. E rezou uma ave-Maria para eles.
E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 14 a 21 de dezembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.
Fonte: News.va