Ao tratarmos deste tema não temos a pretensão e nem o objetivo de esgotar qualquer conteúdo no referido assunto, pois o mesmo possui uma relevância que não pode ser desconsiderada, porém não pretendemos discorrer em dados estatísticos muito menos elencar dados de pesquisas embora estas últimas nos apresentem resultados que não são animadores. Queremos sim, de maneira simples e compreensível, elencar com as devidas considerações e respeito as diversas opiniões dos leitores.
Ponto importante a ser colocado aqui é que não podemos esquecer que as fragilidades humanas são intrínsecas a todos nós e que ninguém está exatamente intocável pelas dores da existência humana. No que tange a temática do suicídio se faz necessário entender que não há distinção de status social, raça, cor, credo religioso, gênero (se homem ou mulher), mas que esta realidade pode às vezes estar mais próximo do que podemos imaginar. Creio que está havendo uma falha na compreensão de algumas expressões e conceitos como, por exemplo, a tristeza. Não se pode confundir tristeza com depressão. A tristeza está inserida no quadro depressivo, no entanto não significa que estar triste necessariamente se esteja com depressão. Todos nós ficamos tristes em vários momentos da nossa vida e isso é perfeitamente normal. Chamo a atenção para que se evitem certas expressões como estou depressivo ou fulano está depressivo. Quem faz o diagnóstico da depressão é o profissional da psicologia ou o médico psiquiatra. Da mesma forma incorre em sérios riscos à saúde a automedicação, ou seja, tomar remédios por conta própria.
Queremos elencar de modo breve alguns pontos para nos ajudar refletir sobre o tema. O suicídio apresenta sinais que são antecedentes ao ato propriamente dito. Dentre os sintomas e sinais, existe o isolamento pessoal, queixas frequentes e fala constante sobre o assunto (que não deve ser ignorado pelos ouvintes), autoestima muito baixa, sensação de vazio interior muito intensa, perda de sentido para a vida.
As motivações podem tanto ser um conjunto de fatos subsequentes como pode ser um único motivo. Transtornos psicológicos e psiquiátricos, término de relacionamentos, auto cobrança excessiva, bulling, problemas financeiros, problemas conjugais, perda do emprego e status social, desesperança e uso de drogas.
Creio que o que mais precisamos investir é no fator preventivo. Dentre os fatores podemos citar naturalmente a terapia caso a pessoa sinta esta necessidade. Vínculos familiares mais intensos e reais. As pessoas estão morando dentro da mesma casa e não se falam, não têm tempo uns para os outros. É preciso resgatar o valor familiar e fazer com que a família se torne o ambiente seguro. Vínculos de amizade, sobretudo presencial. Amizade via aparelhos eletrônicos não são tão eficazes quanto um abraço e o calor humano, elas podem existir, mas não podem substituir a presença humana. Mais vale o abraço de um pai de uma mãe ou de um amigo do que centenas de seguidores em qualquer ferramenta tecnológica. Menos Facebook e Whatsapp e mais presença física. Crença religiosa é um grande fator que ajuda de maneira muito considerável e positiva, pois a mesma leva ao indivíduo a perspectiva da esperança, dos valores e do transcendente que está para além das dores e sofrimentos humanos além de favorecer amizades isentas de drogas e outros riscos.
Como descrevemos no início não temos a pretensão de esgotar o assunto, mas colocar de modo objetivo essa realidade. O convite aqui é para que você se ame mais, se cuide mais e consequentemente faça o mesmo com aqueles que fazem parte da sua vida.
FONTE: DIOCESE DO CAMPO LIMPO