Por ocasião do Dia Internacional da Eliminação das Armas Nucleares, o Monsenhor Paul Richard Gallagher, que é Secretário para Relações com os Estados do Vaticano, enviou uma mensagem para a 73ª Assembleia Geral da ONU a respeito da desnuclearização do mundo.
“O Dia Internacional da Eliminação das Armas Nucleares é uma afirmação da nossa determinação comum para criar condições e passos necessários para a total eliminação das armas nucleares”, disse Gallagher. “Não podemos nos resignar diante da ideia de que essas armas vieram para ficar. O mundo não é um lugar mais seguro com elas”, reiterou o religioso.
Gallagher lembrou ainda que o uso de armas nucleares nada tem a ver com a missão a que as Nações Unidas se propõem a realizar mundo afora. “Uma política que se apoia na possessão de armas nucelares é contraditória ao espírito e aos propósitos das Nações Unidas porque essas armas não podem criar um mundo mais seguro e estável”, afirmou.
Lembrando o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, assinado em setembro do ano passado por mais de 40 países, é um importante passo para que o mundo se livre do armamento nuclear, como sugeriu Gallagher. “Este tratado é o fruto dos esforços de muitos estados e outras partes interessadas em promover uma maior conscientização e compreensão das consequências humanitárias e desastres ambientais que resultariam do uso de armas nucleares”, disse. “Os catastróficos impactos no uso das armas nucelares são previsíveis e assustadores. As vítimas dessas armas ainda somos nós: os ‘hibakusha’ [expressão japonesa para se referir às vítimas dos ataques de bomba atômica ocorridos no país] são testemunhas vivas dos horrores que as armas nucleares podem liberar”, reforça Gallagher.
Tratado de proibição completa
A Santa Sé prepara, de acordo com Gallagher, um adendo ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (NPT), denominado Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês) que, como o próprio nome aponta, vai sugerir que os signatários cessem de quaisquer maneiras o uso de armas nucleares.
“A Santa Sé tem sido a favor do NPT desde o início, para assim encorajar os Estados que lançam mão das armas nucleares a abolirem-nas, e ainda dissuadir outros a não possuírem tais armas e desenvolver capacidades nucleares e estimularem a cooperação internacional sobre o uso pacífico deste material nuclear”, explicou o secretário.
O diálogo, no entanto, é, para Gallagher, a única saída para que esses armamentos não proliferem. “A confiança pode nos levar de volta ao caminho do diálogo significativo e da negociação em direção a um mundo livre de armas nucleares”, ponderou.
A 73ª Assembleia Geral da ONU acontece em Nova Iorque até o dia 1º de outubro.
Fonte: Canção Nova.