“É necessária uma conversão pastoral das estruturas para que sejam sempre orientadas à missão, em saída”. São palavras do Papa Francisco durante a audiência realizada nesta quinta-feira (03) às Irmãs participantes no Capítulo Geral da União Romana da Ordem de Santa Úrsula, as Ursulinas
O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta quinta-feira (03) as Irmãs participantes no Capítulo Geral da União Romana da Ordem de Santa Úrsula, as Ursulinas.
Comunidade global
O Pontífice iniciou o encontro recordando o tema a ser abordado neste ano: “Comunidade global, rumo a uma nova vida”, e comentou que “a combinação destas duas palavras – comunidade e global – leva a nos interrogarmos, pois parece contraditório”.
Depois de explicar que comunidade recorda um “ambiente bem limitado”, o adjetivo global, pelo contrário “refere-se a uma extensão universal”. “Embora estes dois termos não pareçam feitos para estarem juntos” – explica – esta é “a realidade que vivemos”.
Problemas do mundo, problema nosso
O Papa prosseguiu o discurso com a afirmação de que somos uma “comunidade global”:
“ Hoje ninguém pode dizer ‘não tenho nada com isso’. A tutela dos direitos do homem, a conquista da liberdade de pensamento e religiosa, a evangelização (…) a justiça social, a tutela do meio ambiente, a busca comum de um desenvolvimento sustentável, a instituição de uma economia humanística e política a serviço do homem ‘não são problemas dos outros’, mas nossos problemas ”
Para exemplificar, o Papa afirma ainda que “o problema dos incêndios na Amazônia, não é um problema apenas daquela região, é um problema mundial assim como o fenômeno migratório não se refere a apenas alguns países, mas a toda a comunidade internacional”.
Rumo a uma nova vida
Passando à segunda parte do tema “Rumo a uma nova vida”, Francisco apresenta a pergunta “Como fazer? ”, e continua:
“ É possível abrindo as portas a Cristo e imitando-o na caridade, estar próximo de todos os homens e mulheres de todas as línguas, povos e nações com grande respeito pela diversidade do outro, tanto cultural quanto religiosa ”
Conversão pastoral
A este ponto, o Papa convida as religiosas de Santa Úrsula a buscar, em um clima de oração, os instrumentos adequados para os objetivos individuais e comunitários e a fazerem uma “escolha missionária corajosa” capaz de transformações, mas para fazer isso é necessária “uma conversão pastoral das estruturas para que sejam sempre orientadas à missão, ‘em saída’ porque se não é em saída, não é Igreja”.
“Mais do que nunca – reiterou– precisamos de testemunhos coerentes”, através da conversão pessoal.
Educação
“Prossigam com entusiasmo a tarefa educativa – estimula o Papa – principalmente com os jovens”, em tempos que recebem grande quantidade de informações e muitas vezes ficam desorientados.
“ Por isso é necessária uma proposta educativa que ensine a pensar criticamente, a discernir os prós e contras dos meios que usamos e que saiba indicar aos jovens um percurso de amadurecimento nos valores ”
Testemunho pessoal – vida espiritual
Na última parte da audiência, Francisco recordou às religiosas que a conjugação da educação com o anúncio do Evangelho acontece através “do testemunho pessoal, por isso as convido a cuidar atentamente da vida espiritual”.
“O amor pelas pessoas é uma força que favorece o encontro com Deus e a própria vida espiritual, porque quem ama o próximo ama Deus”. “Quando vivemos o espírito do encontro – completou o Papa – quando nos aproximamos dos outros com a intenção de buscar o seu bem, alargamos a nossa interioridade para receber os melhores presentes do Senhor”.
Francisco concluiu o encontro com o pensamento: “Se quiserem crescer na vida espiritual vocês não podem renunciar a serem missionárias”.
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