28 Jul 2014
Santa Catarina Tomás, virgem (+1574)

Santa Catarina Tomás nasceu na pitoresca vila de Vale de Mossa, Maiorca. Em Vale de Mossa fica a formosa cartuxa onde viveram durante algum tempo Frederico Chopin e a escritora George Sand. Mas Vale de Mossa é importante sobretudo por ter vivido ali Catarina, a flor da vila.

A Maiorca chamam-na «a ilha da calma, da paz e da luz». Luminosa foi a vida de Catarina. Mas a sua vida gozou menos da calma e da paz. Foi antesuma vida difícil. Aos sete anos já tinham morrido os seus pais, Jaime e Marquesina. Recolhida por uns tios, pouco amáveis e de escassa religiosidade, Catarina tem de sofrer desprezo e maus tratos quando mostra a sua inclinação para a piedade e para a vida religiosa.

A menina sofre em silêncio. Refugia-se na oração e põe em Deus toda a sua confiança. Os tios encarregam-na da guarda do rebanho. Ela sente-se feliz no campo. O céu é o seu templo. Jesus é o seu amigo e nas árvores coloca o seu altar. É uma vida dura, mas serve-lhe para fortalecer a vontade e buscar a vontade de Deus em todas as circunstâncias.

A lenda dourada oferece-nos uma multidão de florinhas sobre Catarina. Tem uma visão de Jesus Crucificado, enquanto recolhe espigas. Nossa Senhora manifesta-lhe que foi escolhida pelo seu filho. E daí nasce o seu convívio com os santos, especialmente com Santa Catarina mártir, sua santa predileta. Dialoga com eles e eles ajudam-na sempre. Também os anjos.

Sente-se chamada por Deus à vida do claustro. Não se atreve a dizê-lo aos tios. Deixa a casa, às escondidas e parte. Vai ter com um santo sacerdote ermita, o Padre Castanheda a quem abre a alma. O Padre anima-a, mas ela não possui dote. De momento nada se pode fazer. Volta triste para casa, onde os desprezos e os insultos aumentam. Catarina abraça a cruz.

Mas o Padre Castanheda não se esquece de Catarina. Fala com os tios e convence-os. Catarina parte para Palma. Enquanto prepara a entrada no convento, trabalha como criada numa casa, onde encontra carinho e ajuda.

Antes, tudo eram dificuldades nos conventos de Santa Madalena, de São Jerônimo e Santa Margarida. Agora, interessam-se por ela os três. Decide-se pelo de Santa Madalena, das canonisas de Santo Agostinho.

Catarina sente-se feliz na casa de Deus. Refugia-se no silêncio e na oração. Mas a fama da sua santidade estende-se de dia para dia. Todos querem vê-la, consultá-la, pedir-lhe conselho e orações. Apesar do seu grande amor à solidão, irradia com tal fulgor de ciência e virtude, que se converte, pelos seus ponderados conselhos, em santa e prudente diretora de consciências, até ser chamada, ela quase analfabeta, «a Secretária do Altíssimo». O Senhor queria exaltar a sua humilde escrava.

Viveu em grau heróico a pobreza, a obediência e a castidade. E a humildade também. Escolhem-na para Prioresa mas, no mesmo dia, consegue que lhe aceitem a renúncia. Demonstrou grande fortaleza e a paciência perante os ataques do demônio. Catarina crescia em amor e sabedoria. O Senhor consolava-a com visitas interiores.

Catarina tinha recebido aviso do Senhor sobre o dia da sua morte. A 5 de Abril de 1574 chamou o sacerdote, apenas para comungar. Sentia a morte próxima. Os médicos dizem que a doença não é grave. Mas, mal acabou de receber os últimos sacramentos, entrou em êxtase e entregou a alma a Deus.

O seu corpo conserva-se incorrupto. Em Maiorca mantém-se vivo o amor pela sua santinha pastora, criada e monja. Pio VI beatificou-a em 1792. Pio Xi inscreveu-a no catálogos dos santos no ano de 1930.

Oração a Santa Catarina Tomás

Ó Santa Catarina Tomás, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões. Ficai sempre a meu lado para que eu possa enfrentar, de fronte erguida e rosto sereno, todas as tempestades e batalhas de minha vida: (fazer o pedido) para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora e render Graças à Deus, criador do céu, da Terra, da Natureza; este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras. Amém