28 Fev 2015
São Romão, presbítero e monge (+460)
Imagem do santo do dia

São escassas as notícias que chegaram até nós acerca deste ilustre eremita e célebre fundador de Mosteiros, sobretudo acerca da sua juventude e formação intelectual. Parece que tinha poucos estudos, mas gozava duma sabedoria e inteligência nada comuns. No seu lar terá recebido uma esmerada educação cristã que, apesar das não poucas dificuldades para as quais a vida o arrastou, jamais chegou a esquecer...

A sua vida decorre naqueles anos tão difíceis em que o Império Romano do Ocidente se desmorona, e os povos bárbaros vindos do norte da Europa ameaçam arrasar tudo. De fato, reina a barbárie e a desolação. O cristianismo que pouco antes conhecera os ares da liberdade, ao pode celebrar os seus atos fora das catacumbas, encontra agora este inimigo ao qual apenas interessa o materialismo e a barbárie, pólos opóstos à doçura e aos valores eternos que a fé de Jesus Cristo apregoa.

A Divina Providência ia dirigindo os passos de Romão e, pouco a pouco, fazia-lhe ver que a vida que levava não podia satisfazer nem preencher as ânsias do seu coração. Era dotado dum caráter vivo, fogoso e expansivo. Por outro lado, também se sentia arrastado para a solidão e entrega a Deus no silêncio e na oração. Quem sairá vencedor desta batalha?

É ordenado sacerdote em Besançon pelo ilustre Hilário de Aries, em tempos tão difíceis para a lgreja. Não por cobardia, mas por necessidade interior, renuncia a todas as prebendas que a ordenação sacerdotal lhe podia oferecer, e retira-se para a solidão, a fim de viver a vida eremítica. Aí passa alguns anos sem ter outra companhia senão as árvores, as plantas e alguns animais. Passa todo o dia entregue à oração, à mortificação, e faz também alguns trabalhos manuais.

Em breve alguns homens, famintos como ele duma vida de maior entrega ao Senhor, se inteiram do seu estilo de vida e lhe pedem que os aceite na sua companhia... Assim se vão lançando os alicerces daquele gênero de vida que despertará a atenção pelas cercanias, e será foco de virtudes cristãs. Romão conhecia bem a vida e os escritos dos Padres do Deserto do Egito, a Tebaida, etc.., e pensou que, sem abandonar a sua Pátria, na mesma Gália, podia ele e os seus organizar o mesmo gênero de vida daqueles Padres... Daqui surgiu o seu célebre convento de Condat que será depois a semente de outros muitos mosteiros, ou uma espécie de celas aglutinadas em torno do abade ou padre espiritual de todo o mosteiro.

Certo dia, juntou-se àqueles monges o próprio irmão de Romão, chamado Lupicino, que virá também a ser inscrito no catálogo dos Santos. Dividiam entre os dois a direção do mosteiro. Lupicino era mais fogoso que Romão, e às vezes era um tanto duro nas penitências que se impunha e queria também impor aos outros. Então aparecia Romão que, com a sua grande bondade, trazia a paz e desobrigava os monges das penitências exageradas.

Graças ao bom proceder de Romão, nunca houve divisões no mosteiro e todos viviam como verdadeiros irmãos, tendo, como diz o Livro dos Atos, "um mesmo sentimento e tudo em comum entre eles".

Romão também soube ser duro e intransigente com os príncipes e nobres quando via que os direitos humanos e da Igreja eram calcados por eles. Condat tinha-se convertido numa das escolas mais famosas do seu tempo e de lá saíam fervorosos missionários e trabalhadores para todos os campos da vinha do Senhor. Tornaram-se famosos aqueles cenóbios pela sua sabedoria, cópia de códices, ensino de línguas antigas, composição de preciosos tratados de vida espiritual e autores de numerosos prodígios.

Cheio de méritos, Romão entregava a alma ao Criador no ano 460.