20 Abr 2014
Santa Inês de Montepulciano (+1317)
Imagem do santo do dia

A vida da nossa Santa de hoje está entrelaçada com a heroicidade das suas virtudes e a abundância de graças sobrenaturais que o céu derrama sobre ela. É uma das santas que gozou de mais graças extraordinárias e de mais luzes místicas, segundo referem os seus biógrafos, que os teve muito bons e contemporâneos e que por si mesmos puderam viver muitos dos acontecimentos que narram.

Nasceu pelo ano de 1274, de pais muito bem instalados na vida e bons cristãos, em Gracciano Vecchio, próximo de Montepulciano (Itália). Parece que ao nascer se iluminou o lugar onde sua mãe a dava à luz. Levou uma infância normal, mas logo despertou nela o desejo de se entregar ao Senhor por completo, e paraisso solicitou a umas monjas de Montepulciano que lhe vestissem o hábito que chamavam "o saco", quando contava apenas nove anos de idade.

Foi muito dada à oração desde que teve o uso da razão. Parece ter sido uma contemplativa precoce. Retirava-se para o lugar mais escondido da sua casa e aí passava horas e horas entregue aos mais ternos colóquios com o Senhor. Rezava dezenas e centenas de Ave Marias e Pai Nossos, abismada a pensar no que os seus lábios pronunciavam. Mais de uma vez foi surpreendida em êxtase por seus pais e parentes.

Quando descobriu o significado da castidade, consagrou-se de corpo e alma ao Senhor. Ia ela um dia de Gracciano Vecchio para Montepulciano, quando, segundo refere um biógrafo, um grande bando de corvos voava sobre a sua cabeça, ameaçando-a. Mas nenhum se atreveu a causar-lhe qualquer dano. É que passava na ocasião diante duma casa de má reputação e parece que aquelas aves queriam atemorizá-la e obrigá-la a também fazer parte do grupo daquelas pobres mulheres. A sua pureza ficou sempre sem mancha, porque ela procurou sempre evitar tudo quanto arrasta para o pecado.

Quando contava apenas quinze anos, abraçou a vida religiosa, chamando a atenção pela sua entrega sem limites a toda a espécie de sacrifícios e à mais rigorosa vida de observância regular. Logo todas as monjas se fixavam em Inês e tratavam de copiar as suas virtudes. Era como uma regra viva para todas elas. Depois, em companhia de Margarida, que tinha sido sua mestra e guia na vida monacal, deu começo à fundação de um convento que logo despertaria a atenção pela irradiação de frutos de santidade que dele se desprenderiam por toda aquela região. Foi o célebre convento de Proceno, no qual ela com apenas dezoito anos foi nomeada abadessa do mesmo. Durante este tempo, atendia a tudo e a todos, sem falhar por isso na sua dedicação e entrega ao Senhor. Sentia deixar o Senhor pelos homens, mas via que tal era a sua obrigação e a ela se entregava totalmente. Não parecia que fosse ainda uma jovem, pelos exemplos de maturidade que a todos dava. Esquecia-se de si mesma e entregava-se aos cuidados que a obediência lhe tinha encomendado...

Contam os seus biógrafos que a Divina Providência ia semeando flores de prodígios na vida de Inês. As próprias monjas são teste¬munhas de muitos destes prodígios... Como a fama de Proceno se alargava dia após dia, os bons filhos de Montepulciano quiseram que também aí, na sua terra natal, fizesse outra fundação que servisse de irradiação espiritual e saneamento de costumes. Em pouco tempo, obteve do Papa as licenças necessárias e o Senhor começou a operar aí os mesmos sinais que antes em Proceno. As graças do céu multiplicam-se. Os êxtases, os arroubos, milagres e mensagens que recebe do Senhor são quase diários. Ela comunica-o por obediência e são muitas as almas que por seu intermédio se enriquecem espiritualmente e mudam de vida. Por fim cai doente. Tem só 43 anos. Sofre muito. Opera milagres até na própria hora da morte. Era o dia 20 de Abril de 1317.