17 Abr 2014
Beato Batista Mantuano, presbítero (+1516)
Imagem do santo do dia

"O Virgílio cristão"; "O Príncipe dos poetas latinos do cristianismo"; "O humanista mais santo e o santo mais humanista"... Tudo isto se disse do Beato Batista Spagnoli ou Mantuano. É conhecido pelos dois nomes.

Nasceu a 17 de Abril de 1447 em Mântua, filho de Pedro Moldover, de origem espanhola, e de Constança Maggi, de Bréscia. Fez os primeiros estudos na cidade natal e, depois, frequentou várias Universidades, despertando em toda a parte a atenção pela sua inteligência e, sobretudo, pela imaginação poética. Sendo ainda muito jovem, ingressou na Congregação mantuana que era uma espécie de Reforma, mas dependente do Padre Geral da Ordem do Carmelo, em que veio a professar em 1464.

Pela sua inteligência e pelas virtudes que adornavam a sua alma, logo ganhou a confiança dos superiores e por isso lhe confiaram grandes empresas. Ainda não tinha completado 20 anos quando pronunciou o discurso ao Capítulo Provincial. Depois desempenhou vários e delicados cargos como Prior de diversos conventos, Mestre e definidor até que chegou ao cargo de maior responsabilidade em 1483, quando foi eleito Vigário Geral de toda a Congregação, sendo depois reeleito por cinco vezes consecutivas, até que em 1513 foi eleito Prior Geral de toda a Ordem.

Muito trabalhou em favor da Igreja e da sua Ordem. Expandiu a mesma Ordem e lutou para que a observância regular se vivesse em toda ela com grande perfeição. Tomou parte em várias Comissões e Empresas Pontifícias joias e no V Concílio de Latrão.

Em favor da Ordem escreveu um precioso tratado: Apologia da Ordem Carmelita. Em prol da Igreja escreveu vários tratados e muitas poesias, defendendo os Papas e a própria Igreja contra os que a atacavam.

Travou grande amizade com os homens mais famosos do seu tempo, tirando proveito disso para atrair para Cristo esses homens por vezes tão afastados da fé. O famoso João Pico de Ia Mirándola diz-se que com Galileu Galilei foi o mais sábio de todos os séculos tinha-o em alta estima e dizia que os versos do nosso Beato "eram divinos e santíssimos".

Escreveu mais de 50.000 versos sobre os mais diferentes assuntos, sempre, como é natural, para levar almas a Cristo e para estender a doutrina do Evangelho, e em defesa da Igreja. Foi sem dúvida alguma um dos humanistas mais ilustres e mais conhecidos do seu tempo e, como alguém disse, "colocou a serviço de Cristo a sua prodigiosa veia poética".

A dedicação aos seus delicados cargos e o trato com as personalidades mais famosas do seu tempo não o distraíam da vivência do seu carisma ou ideal carmelitano, baseado sobretudo na vida de oração e num terno amor à Virgem Maria. Sobre a sua vida de oração a que dedicava várias horas por dia, e nada nem ninguém conseguia que a descuidasse, escreveu, ainda noviço, a seu pai que procurava dissuadi-lo da vida que acabava de abraçar: "Se queres saber o que fazemos e em que empregamos o nosso tempo, dir-to-ei numa só palavra: ORAMOS".

O futuro São Pio X, sendo bispo de Mântua, em 1885, quando o Papa Leão XIII beatificou o nosso Mantuano, pronunciou um precioso discurso. Entre outras coisas, disse: "Muitas e admiráveis foram as coisas que o Beato Mantuano fez pela Ordem Carmelita... Por ele, este Instituto do Carmelo chegou à sua máxima glória, povoando a Igreja de Santos e de habitantes o céu..." Cheio de méritos, morreu em Mântua a 20 de Março de 1516.