07 Fev 2016
São Nivardo e seus irmãos, monges (séc XII)
Imagem do santo do dia

Na família de São Bernardo, é ele, Bernardo, o centro, o fogo que incendeia tudo à sua volta, o furacão que os tira a todos de suas casas para os lançar nos cumes da santidade. Mas esse tronco e esses ramos, Bernardo e seus irmãos, tiveram raízes bem fundas e fecundas. Seus pais chamavam-se Tescelino Moreno e Alice de Montbar.

Tescelino, senhor de Fontaines, era o homem da confiança do duque da Borgonha, Hugo II. Nobre e honrado cavaleiro, sonhava com as maiores glórias para os filhos. Mas esposa e, depois, Bernardo, influenciaram-no poderosamente. Dizia ele um dia, falando com a esposa, que Deus os tinha posto naquele pequeno ponto do mundo com o propósito de o embelezar para Ele. Aos 70 anos, entrou como leigo às ordens de Bernardo. É Venerável.

Alice era uma alma de fé ardente. Via o mundo e todas as coisas à luz da fé, como parte do plano de Deus. Nada a podia perturbar, porque para ela todos os acontecimentos eram como que uma nova vinda de Cristo. Sempre pendente da vontade de Deus, sobrenaturalizava o que era natural. Vivia a proximidade de Deus. Educou os filhos na virtude. Foi declarada Beata.

Tiveram seis filhos varões, os três primeiros e os três últimos, e, no meio, uma filha, Umbelina. De Bernardo e de Umbelina se falará no seu dia respectivo.

A entrada de Bernardo, como simples monge de Cister e depois como abade em Claraval, foi um vendaval que levou tudo à sua frente.

Guito era o primogênito. Tudo lhe sorria. Sucederia ao pai no domínio senhorial. Casa com Isabel e tiveram duas filhas. A mais velha chamava-se Adelina. A outra casou. Foi então que sucedeu a intervenção de Bernardo, uma intervenção muito estranha. Quer que se consagrem como monges ao Senhor. Guido deixa-se convencer. Discute com Isabel, mas esta resiste. Mas cai doente e cede. Guido entra em Claraval, e Isabel no mosteiro de Jully, com as duas meninas para cuidar delas. Adelina competia com a mãe na virtude, e sucedeu-lhe como abadessa. Os três são Beatos.

Gerardo é o homem da idéia fixa: ganhar méritos como cavaleiro do duque, pelo qual combate em Grancy. É ferido e feito prisioneiro.

Bernardo desafia-o: agora será cavaleiro de Cristo. Entra em Cister.

Morre prematuramente. Bernardo faz-lhe um panegírico emotivo.

Também é declarado Beato.

André era o quinto. Armado cavaleiro muito jovem, torna-se o melhor cavaleiro da Borgonha. Visita às ocultas os irmãos no mosteiro de Cister, e também ele cai na rede. Tinha como lema imitar a Cristo. Era o caminheiro de Cristo, avançando sempre infatigavelmente. Levou vida oculta e humilde. Exerceu os cargos de porteiro e abade. Também foi declarado Beato.

Bartolomeu, o sexto, era a mansidão em pessoa. Visitou Cister e aí ficou. Começou como sacristão e acabou por ser abade. Vivia o lema de São Bento: servir mais do que mandar. O seu estudo era o crucifixo e a Eucaristia. Dizia que tinha três corações: um de fogo para Deus; outro de carne para o próximo; o terceiro, de pedra para si... Também foi declarado Beato. Nivardo era o último. Aos 13 anos, já fazia visitas às escondidas, a cavalo, para visitar os irmãos em Cister. Animam-no a que fique com o pai, que o domínio senhorial será seu. "Vós escolhestes o céu e deixais-me a terra. Que lindo prêmio que me ofereceis!", foi o que respondeu aos irmãos. E ficou com eles. Todo. o seu esforço era viver o seu lema: parecer-se com Jesus.

A infanta D. Sancha de Castela queria fundar em Palência um mosteiro. Pediu ajuda a São Bernardo que lhe envia 12 monges. Nivardo vem como abade. Fundou o mosteiro da Santa Espina. Voltou a Claraval, onde morreu cheio de méritos. Em Espanha a sua morte foi muito chorada. Foi declarado Beato. Formam a "família que alcançou a Cristo".