06 Mar 2015
Santo Olegário, Bispo (+1137)
Imagem do santo do dia

Santo Olegário nasceu em Barcelona, filho de família nobre, no ano de 1060. Seu pai, também chamado Olegário, era grande valido do conde de Barcelona, Raimundo Berengário I. Sua mãe descendia da nobreza goda. O menino ia crescendo e a par cresciam as suas virtudes, tanto as teologais como as cardiais. Sobressaía em todas. Era muito assíduo à oração, muito devoto na Missa.

Tinha o conde de Barcelona três filhos e, desejando para eles o melhor exemplo, conseguiu que Olegário estudasse na sua companhia, para lhes servir de estímulo e não se deixassem levar pela moleza da corte.

Aos dez anos entrou Olegário no grêmio dos cônegos da catedral de Barcelona. Era realmente muito jovem na idade, mas muito disposto a progredir em todas as boas obras. Distinguiu-se pela piedade, pela austeridade, pelo progresso nos estudos. Era principalmente muito afeiçoado à leitura dos Santos Padres, tendo-se tornado grande mestre, doutor e pregador famoso. De todos os lados vinham ouvi-lo.

Dom Beltão, Bispo da cidade condal, fundou, não longe da cidade, em Santo Adriano, junto ao rio Besós, um convento de cônegos regulares de Santo Agostinho. Conhecendo Olegário a vida exemplar daqueles santos varões, sentiu uma santa emulação e desejo de os imitar. Cortou com os laços que o ligavam às vaidades e prebendas e entrou como membro dá comunidade.

Os companheiros, ao comprovarem a sua virtude, logo o fizeram prior da comunidade. Ele, porém, preferia praticar a obediência no anonimato. Dirigiu-se para um convento da Provença, mas também aí o fizeram abade.

Morreu entretanto o Bispo de Barcelona. Dona Dulce, esposa de Raimundo Berengário III que conhecia muito bem as virtudes de Olegário, instou para que ele fosse eleito seu sucessor. O clero e o povo assim o desejavam e de muitas maneiras o manifestou. Olegário, assustado, conseguiu fugir e esconder-se. O Papa Pascoal II enviou um legado com ordem expressa de o fazer aceitar a sé de Barcelona. Vendo nisso a vontade de Deus, por fim aceitou, não obstante a sua relutância.

Como Bispo, foi o pastor solícito da grei que lhe fora encomendada. Pregava continuamente, com oportunidade ou sem ela, impunha a justiça, reconciliava os desavindos, reconstruía igrejas, erguia centros para atender os necessitados, repartia grandes esmolas.

Foi a Roma prestar obediência ao novo Papa Gelásio II, como então era costume. De novo, contra a sua resistência, foi transferido para a sé de Tarragona. Assistiu aos concílios de Tolosa, Reims e ao 1 de Latrão, nono dos ecumênicos. Enviado pelo Papa Inocêncio II ao concílio de Clermont, encontrou-se aí com São Bernardo e São Boa ventura. A eloquência dos seus argumentos conseguiu a excomunhão do anti-papa Anacleto. Buscando sempre a paz entre os príncipes cristãos, foi a Saragoça e reconciliou D. Afonso Vil, rei de Castela, com Ramiro II, rei deAragão.

Durante toda a sua vida foi muito piedoso e devoto. Gostava de visitar os túmulos dos Santos. Nos últimos anos, teve a consolação de visitar na Terra Santa os lugares principais onde tinha decorrido a vida de Jesus. Sentindo já muito próxima a hora da morte, da qual tinha tido uma premonição, intensificou a vida de piedade e desfez-se de todos os bens. Rezando à Virgem Maria, de quem era muito devoto, e pronunciando as palavras de Jesus na cruz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito", adormeceu no Senhor a 6 de Março de 1137.

Foi canonizado por lnocêncio Xl em 1675.