06 Fev 2016
São Paulo Miki e seus Companheiros, mártires (+1597)
Imagem do santo do dia

São Francisco Xavier pregou pela primeira vez a fé de Cristo no Japão, em 15 de Agosto de 1549. Quando, no inverno de 1551, partia de volta à Índia, deixava mais de 2.000 japoneses convertidos à fé cristã, juntamente com dois influentes chefes. Uns trinta anos mais tarde, já eram mais de 150.000. Mas as coisas não continuariam tão prósperas por muito mais tempo. Subiu ao trono um antigo lenhador, muito astuto e sagaz, com grandes dotes de governo, e logo se deu conta da grande influência que "aquela religião estrangeira" exercia no povo. No princípio, aceitou-a com gosto, mas logo, talvez instigado por alguns bonzos, sobretudo pelo astuto Jacuin, que não suportava os católicos, começou uma iníqua perseguição contra esta religião. Serviu-se de patranhas e calúnias para levar a sua avante.

Perante as primeiras leis persecutórias que o imperador Taikoama ditou em forma de edito para todo o império, os jesuítas que eram quase os únicos religiosos que então havia no país, esconderam-se e vestiram-se à japonesa, desistindo de fazer atos públicos, para não exacerbar ainda mais a ira do imperador.

Este sabia-o e esperava a ocasião para levar avante a dita perseguição, embora temesse que resultasse em detrimento econômico, se as ricas embarcações do comércio português deixassem de ir ao Japão.

Os padres franciscanos, tendo à cabeça São Pedro Batista, também trabalhavam com zelo e entrega que a todos admirava. Não temiam a morte.

Logo o imperador se deu conta de que os fins que pretendia atingir tinham saído totalmente frustrados, e de que as perseguições tinham servido para tudo o contrário do que ele pretendia. Milhares de cristãos japoneses acudiam à casa dos missionários, já perseguidos e condenados à morte, e não tinham medo algum de que os levassem a ser crucificados, como tinham prometido àqueles 26 homens que em breve voariam para o céu.

A perseguição desencadeou-se de modo desigual. Numas ilhas era muito mais forte do que noutras. Dependia um pouco do próprio governador ou das ordens que tinham recebido do imperador, para levar à prática o edito.

Em Meako e Osaka foi verdadeiramente cruel. Até os meninos se ofereciam à morte pela fé.

O imperador Taikoama, para servir de exemplo aos outros, fê-los passear por várias cidades, carregados de cadeias, e depois de sofrer terríveis suplícios, mandou-os crucificar. Eram 26: Deles, 20 japoneses, 3 jesuítas: Paulo Miki, João e Diogo; e 17 leigos: Çosme, Paulo, Francisco, Paulo, Francisco, Paulo, João, Tomás, Gabriel, Francisco, Pedro, Leão, Joaquim, Matias, Boaventura, Miguel e seu filho Tomás, com os meninos António, de 13 anos, e Luís, de 11.

Os outros mártires eram religiosos franciscanos: quatro espanhóis, o superior, Pedro Baptista, Martinho, João Francisco, Filipe, que era mexicano, e Gonçalo Garcia, português da Índia.

A 3 de Janeiro de 1597, os 26 mártires foram levados para a parte inferior do Meako e cortaram-lhes metade da orelha esquerda. No dia seguinte, começou a marcha triunfal para Nagasaki. O imperador queria infundir terror aos outros cristãos, mas aconteceu tudo ao contrário. Ao passar pelos diversos povoados, aquilo era um cortejo triunfal: saíam multidões de cristãos todos dispostos a ajudá-los e a encomendar-se às suas orações, e com vontade de os acompanhar até ao calvário que os esperava...

Numa colina em frente da cidade estavam preparadas 26 cruzes. Hoje chama-se àquele lugar "Colina dos Mártires". O tormento foi terrível, já que aos 26 os trespassaram com lanças que entravam pelas costas e saíam pelos ombros... Entretanto, em toda a colina somente se ouvia o canto do Te Deum laudamus... dando graças a Deus pelo martírio. Era o dia 6 de Fevereiro de 1597.

Foram canonizados pelo Papa Pio IX em 1862.

Oração

Bendito seja Deus, que concedeu a São Paulo Miki e companheiros o grande dom da firmeza apostólica. Concedei-me ser sempre um entusiasta apóstolo de Vossos caminhos. Por Cristo Jesus, Amém.