04 Jul 2015
Santa Isabel de Portugal, rainha (+1336)
Imagem do santo do dia

Santa Isabel de Portugal - assim chamada por ter sido rainha deste país - nasceu em Saragoça, no imenso palácio da Aljaferia. Era filha de Pedro III, o Grande, neta de Jaime, o conquistador, e sobrinha neta de Santa Isabel da Hungria. Desde menina foi muito inclinada à piedade e mais atenta às virtudes da sua santa avozinha do que às façanhas de seu pai e avô.

Cedo começam a chegar embaixadas pedindo a mão de Isabel. Príncipes distantes ficaram deslumbrados com a sua beleza e também com a riqueza da Casa de Aragão. Seu pai decide-se pelo jovem rei de Portugal, D. Dinis. A Isabel parece que não a entusiasma o matrimonio. Além disso, é quase uma criança que tem apenas doze anos, mas já sabe alguma coisa das intrigas cortesãs. Isabel deixa-se levar. Sai de Saragoça e chega a Bragança.

Isabel encheu a corte portuguesa com o suave perfume das suas virtudes. Todos ressaltam a doçura do seu trato, a graça do seu sorriso, a sua admirável vida espiritual e a generosidade para com os necessitados.

No meio do seu palácio, Isabel vivia com o fervor de uma monja. Ouvia missa e rezava o breviário. Jejuava e passava muitas noites em oração. Regozijava-se de modo especial com a ajuda que pres¬tava aos pobres. Por eles desfazia-se das suas jóias. Mãe, mãe! gritavam os mendigos, mal a viam.

O seu amor aos pobres não diminuía o amor ao marido. Ajudava-o nos seus empreendimentos, acompanhava-o nas suas visitas pelo reino e com doçura conseguia que dominasse os seus impulsos e que triunfassem nele os nobres sentimentos.

D. Dinis amava a sua mulher, mas era débil e namoradeiro. Era um trovador e um galanteador. Às vezes os cortesãos acusavam-no diante da rainha das suas infidelidades. Isabel calava-se. Refugiava-se na capela e rezava. Entretinha-se com o fuso e a roca preparando roupas para os pobres.

A sua heróica resignação levava-a até a preocupar-se com os bastardos do seu marido. Isto exasperava os filhos legítimos. O mais velho não suportava tal. Discutia com a mãe que lhe pedia paciência e tolerância.

Até que um dia o filho se declarou em rebeldia contra o pai. Rebentou a guerra civil. Isabel chorava. Amava o filho, mas mantinha-se esposa fiel. Era uma alma cheia de paz e comunicava-a aos outros. Tinha reconciliado muitos inimigos, e agora tinha que assistir àquela guerra entre os dois homens que mais amava no mundo.

Quando pai e o filho iam entrar em batalha, Isabel teve uma ideia feliz. Apresentou-se no campo de batalha montada num cavalo branco e desfraldando um estandarte com o sinal da cruz. Este gesto desconcertou-os. Pai e filho abraçaram-se e assinaram a paz.

Dois anos mais tarde reacenderam-se as hostilidades. Isabel foi feita prisioneira na fortaleza de Alenquer. Ali rezava e sofria. Novamente se apresenta na batalha e consegue a reconciliação definitiva entre o pai e o filho.

O rei passou os últimos anos da vida recolhido no seu palácio, acometido de grave depressão. Isabel cuidou dele como a mais fiel amante das esposas, sem se afastar do lado dele nem um só momento, consolando-o e animando-o.

O rei morreu em 1325. Diante do cadáver, Isabel veste o hábito da Ordem Terceira de São Francisco e começa uma vida contemplativa consagrada a Deus, aos pobres e aos doentes. Faz-se peregrina, chega a Compostela e diante do apóstolo depõe todas as suas insígnias reais. Visita hospitais e enquanto beija os empestados vai semeando milagres. Amadurece para o céu, exalando o último suspiro e invocando a Virgem Maria.

Oração

Querida Santa Isabel, Rainha Santa, fiel discípula de Santa Clara e de São Francisco, ajuda-nos a viver a nossa vocação, acolhendo com amor o chamado de Deus para doarmo-nos inteiramente a Ele. Tu que viveste tantas e tão fortes vicissitudes, mas lutaste para realizar a reconciliação e o perdão nos corações, mostra-nos o caminho da paz e da serenidade. Ajuda-nos a unir as responsabilidades com um empenho intenso na vida de oração, como tu, que soubeste verdadeiramente o que é o essencial. Ensina-nos a buscar as realidades divinas com um coração pleno de ardor, no abandono à Fé e à Esperança. Amém!