04 Mar 2015
São Casimiro, rei (+1483)
Imagem do santo do dia

São Casimiro, filho de Casimiro IV, rei da Polônia e duque da Ruténia e da Lituânia, nasceu no castelo de Wawel, em Cracóvia. Era da dinastia dos Jaguellones, ambiciosos e violentos. Casimiro, pelo contrário, era um eslavo doce e sensível. Vivia num ambiente de luxo, próprio da corte, mas não se deixava encandear. Sabia montar a cavalo e manejar a espada, mas tinha mais gosto em escutar de sua mãe, a rainha Isabel, as piedosas histórias de São Ladislau e de Santa Edviges.

Passou a infância nos castelos de Cracóvia e de Vilnius. Aí se aplicou sobretudo às línguas clássicas, à história e à filosofia. O seu grande mestre foi o Cônego João Dugloss e outros humanistas italianos.

Aos 15 anos, oferecem-lhe o reino da Hungria. Mas não o atraíam as glórias humanas. Contudo, resigna-se e dirige-se para a Hungria com um poderoso exército. Como havia outro competidor, Matias Corvino, com mais ambições do que ele, Casimiro, que não gostava de intrigas nem de lutas, abandona a contenda.

Deixou para sempre as empresas guerreiras. Eram outras as armas que desejava manejar. Todo o seu anelo era conquistar um reino melhor. Para isso, era preciso haver coragem. E Casimiro tinha-a. Continuará no palácio, mas como se vivesse num mosteiro. Vestirá sedas e brocados, mas por baixo cingir-se-á com o cilício.

No meio das frivolidades da corte, soube conservar limpo o seu coração. Era austero, mas não misantropo; pouco falador, mas amável com todos; reservado, mas gracioso no trato; simples, mas atrativo. Era devotíssimo da Paixão de Cristo, do Santíssimo Sacramento e da Virgem Maria. Era também muito desprendido e socorria com mãos largas todos os necessitados..

As damas da corte enviavam-lhe com seus olhares afogueados os dardos de Cupido, buscando os seus favores. Mas Casimiro, que tinha feito voto dcastidade, não tinha senão uma dama: a Virgem Maria. Para ela guardava as suas ternuras e as suas poesias. Para ela dirigia os seus versos latinos, vibrantes de lirismo e de amor, como aquele que diz: "Omni die dic Mariae..

Cantava o piedoso príncipe: "Louva, ó minha alma, sem cessar a Maria. Canta as suas festas, celebra as suas gestas gloriosas, admira a sua grandeza. Ama-a e honra-a, para que te livre do peso dos teus crimes. Invoca-a para que não naufragues na tormenta dos vícios. Ela é a vara de Jessé, a esperança e o consolo dos oprimidos, a glória do mundo, a luz da vida, o sacrário do Senhor, plenitude de graça e templo da divindade".

O povo amava com paixão o seu príncipe. Sabia compreender as suas necessidades e enxugar as suas lágrimas. Quando Casimiro visitava as igrejas, todos o bendiziam e os pobres rodeavam-no, pedindo esmola e justiça contra os atropelos dos nobres. As suas palavras não caíam em saco roto. Casimiro escutava-as com empenho e logo se viam os resultados.

Mas um dia deixaram de o ver na rua. Ter-se-ia esquecido deles? O príncipe estava doente de tuberculose. Os pobres rezavam e choravam. Os médicos não encontravam Pemédio. Pensavam que só casando-se poderia curar-se. Seu pai quis casá-lo com a filha do imperador Frederico III. Mandou chamá-la e apresentou-a ao filho no palácio.

Casimiro, fiel ao seu voto de castidade, reagiu docemente e sorrindo: "Obrigado, pai, mas a minha única vida é Cristo". E na alegre primavera dos seus 24 anos, deixou este mundo para ir habitar eternamente as floridas pradarias do paraíso.

O seu corpo foi enterrado na catedral de Vilnius, na capela de Nossa Senhora, por desejo expresso do seu devoto.

Nascera em 1458 e faleceu no dia 4 de Março de 1484. Foi canonizado em 1522 e declarado patrono da Polônia em 1602.