03 Set 2015
São Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja (+604)
Imagem do santo do dia

São Gregório Magno nasceu em Roma no ano de 540, de família nobre. Nasceu num momento de crise, quando a queda de Roma se acentuava e começava uma nova época. É o último dos grandes Padres do Ocidente e o primeiro homem medieval. As suas obras seriam o primeiro alimento espiritual da Idade Média, até São Bernardo, São Tomás e Santa Teresa de Jesus.

No monte Célio estava o palácio familiar. Ali recebeu Gregório a primeira educação, profundamente cristã, da parte dos pais, Gordiano e Sílvia. Eles e suas tias, Társila e Emiliana, figuram no catálogo dos Santos.

Gregório preparou-se muito bem em Direito, a que desde Justiniano se dava grande importância. Mais tarde foi nomeado prefeito da cidade. A Itália tinha sido arrasada pelas invasões dos lombardos. Roma estava em ruínas. No seu tempo desaparecem os cônsules, quando Gregório vai ser chamado Cônsul de Deus. Era uma situação calamitosa.

Foi então que se encontrou com os beneditinos, que procediam de Montecassino, e que tinham conhecido São Bento. Dos seus lábios recebeu os relatos cheios de candura que depressa recolheu nos seus deliciosos e transparentes Diálogos. Que caminho deveria tomar? Interrogava-se o santo. Escrevia ao seu íntimo amigo, São Leandro de Sevilha, em tal tom de cordial amizade, que é difícil de superar. Finalmente decidiu-se. Transformou em mosteiro o seu palácio do monte Célio e começou ali a sua vida de monge.

Estudou intensamente a Sagrada Escritura e a vida dos monges do Ocidente. Distinguiu-se pela austeridade de vida e pela intensidade de oração. Por isso, é chamado doutor da compunção e da contemplação, pois foi modelo acabado tanto na ascética como na mística.

Bento 1° enviou-o como núncio a Constantinopla, onde passou oito anos. Regressado a Roma, as cheias do Tibre produziram grandes calamidades: fome e peste, sobretudo. Uma das vítimas da peste foi Pelágio II. Reunido o clero, o senado e o povo, elegeram Papa o diácono Gregório. Custou-lhe muito deixar a solidão, mas aceitou.

Era o primeiro Papa monge, estilo que introduziu na espiritualidade e liturgia do seu pontificado. Publicou a Regra Pastoral, que foi o código dos bispos durante a Idade Média. Restaurou a disciplina.

Uma das suas grandes obras foi a conversão da lnglaterra, com o envio de monges, sob a orientação de Agostinho de Cantuária. No seu tempo os visigodos abjuraram o arianismo no Concílio III de Toledo, em 589.

Renovou o culto e a liturgia com o famoso Sacramentário. Deu ao pontificado um grande prestígio, como São Leão Magno. Renovou a prática das estações quaresmais, nas igrejas romanas, para as quais compôs Quarenta homilias sobre os Evangelhos. Fomentou as boas obras e a piedade, o culto das relíquias, as devoções populares.

A reforma mais famosa foi a do cante, chamado por isso gregoriano. Publicou o Antifonário e formou uma grande Schola Cantorum. Reuniu os cantos dispersos, numa única liturgia, absorvendo os diversos ritos, exceto o ambrosiano e o mozárabe.

É o escritor mais fecundo entre os papas medievais. Além das obras já citadas, temos o seu Epistolário, que contém 859 cartas, As 22 homilias sobre Ezequiel e O comentário aos livros de Job ou as Morais, de que tanto usaram Santa Teresa e outros santos. Com Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo. é um dos quatro grandes Padres do Ocidente.

Oração

Deus nosso Pai, ouvi-nos: pelo papa, pelos bispos e pelos sacerdotes, nós vos pedimos. Fazei que desempenhem com dedicação e amor sua missão de pastores do povo e de testemunhas de vosso Evangelho.

Amém.

São Gregório Magno, rogai por nós