03 Mai 2016
São Filipe e São Tiago, Apostolos
Imagem do santo do dia

Filipe e Tiago têm pouco realce no colégio apostólico. Mas só o fazerem parte dele, já representa um grande privilégio. São duas das Doze Colunas da Igreja. Não entenderiam tudo o que o Mestre pregava, mas para além de todas as dificuldades, permaneceram-Lhe sempre fiéis.

Deve ter sido um momento de grande expectativa aquele amanhecer sobre a montanha. Jesus passara a noite em oração. Muitos o tinham seguido. E ao amanhecer, Jesus começou a nomear no mês, doze nomes «aos quais chamou apóstolos». Filipe e Tiago, o Alfeu, não podiam conter a emoção quando se sentiram chamados pelo divino Mestre.

Filipe já tinha sido chamado antes por Jesus: «Segue-me», disse-lhe um dia, junto ao lago de Genesaré, o seu lago, pois também era de Betsaida, tal como André e Pedro. E Filipe seguiu-O, sem demora. E, além disso, converteu-se em propagandista. Encontrou Bartolomeu e levou-o a Jesus. «Vem e verás», disse-lhe. E Bartolomeu uniu-se também ao grupo apostólico.

Filipe seguiu fielmente a Jesus. Às veres parece um pouco ingênuo, e como se Jesus brincasse com ele. «Filipe, como dar de comer a toda esta gente?» E Filipe calcula que seria preciso muito dinheiro para o conseguir.

O discurso da Última Ceia deve ter-lhe parecido muito comprido e obscuro. «Mostra-nos o Pai, interrompeu a Jesus, e isso nos bastará». Jesus explica: « Filipe, quem me vê a mim vê também o meu Pai». Há no Evangelho outra intervenção de Filipe. Filipe é um nome grego. E alguém conheceria esta língua. Quando um grupo de gregos quis falar com Jesus, dirigiu-se a Filipe, para conseguir audiência, o qual por sua vez recorreu a André para a conseguir.

De Tiago não aparecem intervenções concretas no Evangelho. Sabe-se que era de Caná e parente do Senhor, segundo a opinião mais provável. Parece que sua mãe era irmã da Virgem, e, por isso, é chamado «irmão» de Jesus, que em hebraico significava primo ou qualquer outra classe de parentesco. E um dos poucos parentes de Jesus que creram nEle antes da Páscoa.

Quando os apóstolos se dispersaram, depois de Pentecostes, Filipe e Tiago são os menos movimentados. Filipe ficou na Frígia, pregando, batizando, fiel aos ensinamentos do Mestre. As vezes chegava à vizinha Laodiceia, cultivando a semente que tinha semeado o apóstolo Paulo.

Tiago foi o primeiro bispo de Jerusalém, o bispo adequado para a «transição», fiel à doutrina de Jesus, sem abandonar a Lei de Moisés. Preside ao concílio de Jerusalém e consegue a paz entre os judeus convertidos e os pagãos que passam ao cristianismo, aos quais não se devem impor as práticas judias. Era um tema espinhoso, e soube encontrar o equilíbrio. São Paulo não duvida chamá-lo «Coluna da Igreja». Era um grande asceta, pacífico e tenaz ao mesmo tempo.

Tiago escreveu uma importante Carta «às doze tribos da dispersão», que contém uma série de normas morais inspiradas nos livros sapienciais, mas impregnadas já da espiritualidade do Sermão da Montanha. Normas preciosas sobre a verdade, a liberdade, a caridade, a concórdia, a união inseparável de fé e obras... Chama a atenção a sua insistência nos pecados da língua, e de modo particular as suas apóstrofes contra os ricos que se esquecem dos seus jornaleiros e só pensam em entesourar, o que um dia se converterá contra eles.

Filipe e Tiago, testemunhas do Senhor, por Ele derramaram o seu sangue.