01 Mai 2016
São José, Operário
Imagem do santo do dia

A festa de São José, operário, é uma boa ocasião para pensarmos na nossa obrigação de continuar a obra da criação e de a realizar bem. É o que se costuma dizer: um trabalho bem feito.

No fim de cada dia da criação, diz o autor sagrado que Deus contemplava o que tinha feito e achava que tudo era muito bom, que tudo era belo. No sétimo dia Deus descansou e confiou ao homem a tarefa de continuar o seu trabalho. «E descansou o Senhor no sétimo dia e o homem continuou a sua tarefa». Deus criou as coisas cheias de potencialidades, de possibilidades de desenvolvimento. Mas não quis deixá-las terminadas, para que o homem as acabasse. Deus não tem inveja do homem. Prometeu teve que roubar o fogo dos deuses, dizer alguns que desconhecem as Escrituras. Pelo contrário, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e chamou-o a continuar a criação. Como diz o Vaticano II, «a mensagem cristã não retira os homens da construção do mundo, nem nos leva a despreocuparmo-nos do bem do nosso semelhante, antes nos impõe esta obrigação como um dever».

No texto sagrado diz Deus aos primeiro país: «Submetei a terra e dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre os rebanhos e sobre tudo quanto vive e se move sobre a terra». Deus entregou tudo ao homem para seu alimento e serviço. Logo de seguida Deus pede ao homem que dê nome a todos as criaturas, o que significa um modo de tomar posse sobre elas. Deus pede, assim, ao homem uma colaboração assídua e consciente na criação.

Há aqui uma aplicação ascética muito clara. O homem deve dominar as criaturas e não ser dominado por elas. Sempre que o homem se submete às coisas e se torna seu escravo, já não é o rei da criação, afastando-se do plano de Deus. Mas é preciso prestar muita atenção. Deus pede ao homem que domine e submeta as criaturas, mas não os outros homens. Todo o homem está feito à imagem e semelhança de Deus. Quando um homem submete ou escraviza outro homem, também se opõe ao plano de Deus. São José, operário, recorda-nos, sem distinção, a dignidade de todo o homem que colabora na obra da criação.

Colaborar com Deus, e colaborar bem, para não deturpar a beleza da obra de Deus. Paulo VI falou uma vez aos varredores das ruas de Roma. Louvou o seu trabalho e disse-lhes que as belezas de Roma brilhavam mais se eles realizassem bem o seu trabalho. «Se um homem é varredor, terá que varrer as ruas como Miguel Ângelo quando pintava, como Beethoven quando compunha, como Shakespeare quando escrevia», diz um autor moderno.

Deve-se trabalhar com amor. «Trabalhar com amor é tecer a teia com fios do próprio coração, como se o ser amado fosse usar, como prenda, esse vestido É lançar sementes de ternura, e colher com alegria, como se o ser amado fosse comer esse fruto. E impregnar tudo de amor» (K. Gibran).

A 5 de Janeiro de 1964, em Nazaré, Paulo VI exortava a aprender a lição do trabalho, a tomar consciência da sua dignidade. E apontava a todos para «o grande modelo, o irmão divino, o defensor de todas as causas justas, isto é: Cristo, Nosso Senhor», o filho do carpinteiro, como era conhecido Jesus. E com o filho, o pai, São José, operário. A obra bem feita. Alguém pode imaginar São José aldrabando umas peças? Faria coisas simples, mas poria toda a sua alma em fazer as coisas bem feitas. Não faria coisas extraordinárias, mas de certeza faria as coisas habituais de forma extraordinária.

Oração à São José Operário

Para pedir emprego.

Oh! meu querido Santo Trabalhador, que em vida fizestes a vontade de Deus através do trabalho, abra as portas do comércio para que eu possa conseguir um emprego. Dai-me forças e coragem para não desistir no primeiro não. Que eu tenha a disposição de Santa Teresa D'Ávila, a simplicidade de Maria de Nazaré, a força de Santo Antonio.

Orienta os nossos governantes para a distribuição dos bens do país. Protege as nossas famílias para que não se deixem vencer pela seca, pelo medo, pela violência, pela falta de trabalho e dê esperança no Domingo da ressurreição.

Meu São José, padroeiro dos trabalhadores, não me deixe sem o pão de cada dia e sem perspectiva de um novo dia para minha família. Prometo, com o dinheiro do meu futuro emprego, ajudar uma instituição de caridade a divulgar essa devoção.
Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Leia um texto da Bíblia. Mt.2, 13-23 e reze: Pai-Nosso..., Ave-Maria..., Glória ao Pai...