01 Abr 2015
Beata Francisca de Amboise, religiosa (+1485)
Imagem do santo do dia

Luis de Amboise, visconde de Thouars casou com Maria de Rieux da nobreza bretã em 1426, e a 9 de Maio de 1427 nascia a sua primeira filha Francisca.

A França estava em guerra, havia muito tempo, com a Inglaterra e Luis tomou parte nestas guerras alistando-se pelo lado de Joana d'Arc. Quando era ainda menina pequenina - quatro anos - já a casam, ou melhor, fazem o contrato matrimonial entre Francisca e Pedro de Bretanha. Eram costumes da época.

A pequena Francisca vive em casa do duque João V para receber esmerada educação principesca. Enquanto Pedro, eu futuro esposo, segue a sua formação sob a direção do preceptor João de Treal, ela, Francisca, é entregue aos cuidados da duquesa Joana de França, mulher de profunda piedade. Francisca aprende a ler e a escrever. Também os outros mestres próprios das damas da sua classe. Contam coisas encantadoras desta menina. Um dia prorrompe em soluços porque, por ser muito pequenina, não pode comungar como fazem os outros. Noutro dia quando ia dormir pede à sua camareira que lhe leve os sapatos à igreja, porque ali tinha visto a estátua de São Francisco que estava descalço e vai apanhar frio durante a noite.

Francisca não esquece que, quando fizer quinze anos se celebrará o seu matrimonio. Chegou virgem a ele e durante toda a sua vida permaneceu virgem, como o testificou o esposo pouco antes de morrer, afirmando que tinham vivido sempre "como irmãos".

Francisca influiu muito no governo do ducado do seu esposo e também nas modas femininas de toda a França, tornando-as mais modestas e simples, mais recatadas e puras. O duque Pedro cai gravemente doente de uma enfermidade rara. Querem curá-lo uns feiticeiros, mas ele rechaça-os dizendo: "Prefiro morrer com Deus a viver com a ajuda do diabo".

Francisca fica viúva e esperam-na anos muito difíceis, visto que todos se levantariam contra ela. Mas Pedro tinha deixado em testamento que, à sua morte, a esposa pudesse ficar livre e dedicar-se a orações e outras devoções e boas obras.Talvez pressentisse já que este era o caminho que ela seguiria depois da sua partida para a eternidade.

O Geral dos Carmelitas, João Soreth, no ano de 1552, conseguiu do Papa Nicolau V a aprovação das Religiosas Carmelitas e a concessão das mesmas graças de que gozam as religiosas de outras Ordens. Assim o fez o Papa por meio da Bula Gum Nulla. Ela, Francisca, será a primeira monja Carmelita que chega à honra dos altares. Queremos dizer, a mais antiga das mulheres que viveu propriamente como freira carmelita, visto que as outras mulheres viveram o espírito do Carmelo, mas não estava legislado ainda em sentido canônico. Por isso bem podemos dizer que Francisca de Amboise é a Mãe e Fundadora do Carmelo feminino que agora está estendido por todo o mundo.

Devido ao seu zelo fundou-se o convento de Bondon, sob a invocação das Três Marias. Ela, dali em diante quer ser só "a humilde serva de Jesus", mas elegê-la-ão Priora e fundará outros mosteiros. Em toda a parte chamará a atenção pela sua rigorosa observância, pela sua grande humildade e pela sua total entrega ao serviço e a todas as Irmãs, sobretudo, às mais doentes e idosas. Escreveu um belo tratadinho que intitulou EXORTAÇÕES ESPIRITUAIS. São como que uma espécie de Regra e normas de vida para melhor viver a vida no claustro. Vida de entrega ao Senhor e às Irmãs. Ao morrer disse às suas filhas: "Adeus, queridas filhas, eu vou experimentar o que é amar a Deus sobre todas as coisas". Era o dia 5 de Novembro de 1485.