Todo Jubileu tem alguns sinais visíveis com o objetivo de nos ajudar a viver uma grande experiência de renovação espiritual. As iniciativas exteriores somente tem sentido na medida em que se tornam expressão do propósito interior de abrir o nosso coração ao Senhor, que continua repetindo: “Eis que eu estou a porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo.”(Apc 3,20). Os três sinais que caracterizam cada Jubileu são: Porta Santa, Peregrinação e Indulgência.
Porta Santa
A Porta Santa é o sinal mais conhecido, e ao mesmo tempo pode levar a falsa impressão de ser somente o meio de entrar e sair de uma igreja. A Porta Santa indica, que durante o Jubileu, nos é oferecido “um caminho extraordinário” com destino à salvação. Passar pela Porta Santa significa confessar que Jesus é o Senhor, assumindo a decisão de deixar para trás o pecado para entrar na vida nova que Ele nos deu com sua morte e ressurreição. Neste sentido, a Porta Santa representa a Cristo que disse: “eu sou a porta…”(Jo 10,7), assim revelando que ninguém tem acesso ao Pai senão por Ele. E o fato dos peregrinos passarem por ela e receberem a indulgência, recorda as palavras do Sl 117,20: “Esta é a porta do Senhor: só os justos por ela podem passar.”
O papa Francisco faz questão de indicar que esta “será então uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança.”. No dia 08 dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, papa Francisco abrirá a Porta Santa da Basílica de São Pedro. No Domingo seguinte, Terceiro Domingo do Advento, será aberta a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão. E o papa Francisco introduziu uma maravilhosa novidade para este Jubileu: “Estabeleço que no mesmo domingo, em cada Igreja particular – na Catedral, que é a Igreja-Mãe para todos os fiéis, ou na Concatedral ou então numa Igreja de significado especial – se abra igualmente, durante todo o Ano Santo, uma Porta da Misericórdia. Por opção do Ordinário, a mesma poderá ser aberta também nos Santuários, meta de muitos peregrinos que frequentemente, nestes lugares sagrados, se sentem tocados no coração pela graça e encontram o caminho da conversão.” (nº3). O Ano Jubilar terminará na solenidade litúrgica de Jesus Cristo, Rei do Universo, 20 de Novembro de 2016. Neste dia será fechada a Porta Santa.
Peregrinação
Na Bula da proclamação do Ano da Misericórdia, o papa Francisco explica este sinal:
“A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, representa o caminho que cada pessoa realiza na sua existência. A vida é uma peregrinação e o ser humano é viajante, um peregrino que percorre uma estrada até à meta desejada.. Também para chegar à Porta Santa, tanto em Roma como em cada um dos outros lugares, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Por isso, a peregrinação há de servir de estímulo à conversão: ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o Pai o é conosco.”(n°14).
Indulgência
Quem nos ajuda a entender o valor deste sinal é o próprio papa Francisco na Bula do Ano da Misericórdia: “No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela torna-se indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado. Portanto viver a indulgência no Ano Santo significa aproximar-se da misericórdia do Pai, com a certeza de que o seu perdão cobre toda a vida do crente. A indulgência é experimentar a santidade da Igreja que participa em todos os benefícios da redenção de Cristo, para que o perdão se estenda até às últimas consequências aonde chega o amor de Deus. Vivamos intensamente o Jubileu, pedindo ao Pai o perdão dos pecados e a indulgência misericordiosa em toda a sua extensão.”(n° 22).
Para obter a indulgência é necessário o estado de graça. Para tanto, é necessário trazer no coração um sincero propósito de abandonar o pecado, por meio da conversão pessoal e da reparação do mal feito por pensamento, palavras e atitudes contra si e seus semelhantes. O papa Francisco insiste: “Misericordiosos como o Pai é, pois, o « lema » do Ano Santo. Na misericórdia, temos a prova de como Deus ama. Dia após dia, tocados pela sua compaixão, podemos também nós tornar-nos compassivos para com todos.” (nº14).
Para viver e obter a indulgência “é necessário realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, e nos Santuários onde se abrir a Porta da Misericórdia e nas igrejas que tradicionalmente são identificadas como Jubilares. Este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro.”
E, por fim, também temos as obras da misericórdia, sobre as quais o papa Francisco fala na Bula: “É meu vivo desejo que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza…Redescubramos as obras de misericórdia corporal: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. E não esqueçamos as obras de misericórdia espiritual: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos.” (n°15).
Oração pelo Jubileu da Misericórdia
Senhor Jesus Cristo,
Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste,
e nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele.
Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos.
O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro;
a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura;
fez Pedro chorar depois da traição,
e assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido.
Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo as palavras que dissestes à mulher samaritana:
Se tu conhecesses o dom de Deus!
Vós sois o rosto visível do Pai invisível,
do Deus que manifesta sua onipotência sobretudo com o perdão e a misericórdia:
fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória.
Vós quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza
para sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro:
fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus.
Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção
para que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhor
e a Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem
proclamar aos cativos e oprimidos a libertação
e aos cegos restaurar a vista.
Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia,
a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.
AMÉM
Autor: Pe. Alberto Gambarini
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Reze com o Padre Alberto a Oração pelo Jubileu da Misericórdia
Vamos propagar o Ano da Misericórdia!
Gostei muito da explicação sobre o ano jubileu
que Deus possa nos abençoar com sua infinita misericórdia.Abençoa o Papa Francisco e todos os bispos e padres do nosso planeta. Que NSS Mãe da Misericórdia inteceda Pelo nosso povo, brasileiro
nesta peregrinação rumo à casa do Pai.